quarta-feira, 6 de setembro de 2017

8º A e B - A independência das colônias latino-americanas - 3º Bimestre (2017)

As Independências na América ocorreram de maneira impar. Sob influência dos países colonizadores acrescentou características específicas às colônias da Espanha, de Portugal e da Inglaterra.



O movimento de independência começou na América no século XVIII. Nesta ocasião, as Treze Colônias, que eram de propriedade da Inglaterra, se manifestaram contra as cobranças cada vez mais intensas feitas por sua metrópole. A coroa inglesa implementou uma série de impostos que exigia muito dos colonos. Revoltados, estes organizaram manifestações e assumiram posturas radicais, tendo como resultado uma guerra entre colônia e metrópole. A primeira recebeu o apoio da França, histórica rival da Inglaterra, e acabou conquistando sua independência na década de 1770.

Mais tarde, na última década do mesmo século, aconteceu um caso emblemático e raro de independência no continente Americano. O Haiti vivenciou uma revolta dos escravos contra as classes dominantes. A Revolução Haitiana, que começou em 1789, uniu os negros que viviam no local exercendo trabalho compulsório em combate contra a escravidão e os abusos dos soberanos. O evento acabou se tornando a única independência na América movida por escravos. A conseqüência foi o descontentamento das metrópoles em relação ao Haiti, passando a boicotar o novo país ou tratá-lo de maneira diferenciada. Até hoje é possível notar os efeitos que o descaso de outros países deixaram e deixam em um país que uniu escravos para acabar com tal forma de exploração no trabalho.

Assistir os primeiros 11 minutos (mas a série toda é muito boa).

Já as colônias espanholas na América receberam a influência de uma série de fatores em seus processos de independência. A Espanha era detentora do maior território colonial no continente americano, suas posses iam do atual México até o extremo sul do continente. Nestas terras se fortificou uma elite local conhecida como criollos, que eram os filhos dos espanhóis nascidos no Novo Mundo. Os criollos desenvolveram suas atividades e seus interesses na América, contestando, várias vezes, atitudes metropolitanas. Internamente, o fortalecimento dos criollos e a insatisfação com as exigências da metrópole influenciaram nos movimentos de emancipação. Os criollos manifestaram-se em favor de maior liberdade política e econômica. Já no cenário internacional, o exemplo da independência dos Estados Unidos, que povoava o imaginário dos separatistas, e a situação política na metrópole, que passava por momentos de grande instabilidade, davam suas contribuições para o processo. O resultado foi uma série de independências no território americano que antes pertencia à Espanha, fragmentando toda a imensa colônia em vários países durante o século XIX.

Já o Brasil, colônia de Portugal, não passou por uma guerra contra à metrópole, caso dos Estados Unidos, ou por uma grande fragmentação do território, como aconteceu com a América Espanhola. No início do século XIX, em 1808, o rei português Dom João VI transferiu toda sua corte para o Brasil em meio a fuga dos exércitos de Napoleão Bonaparte que conquistavam os territórios na Europa. A mudança da corte alterou toda a lógica do Império Português no mundo, que passou a ter o Brasil como centro. No final da década de 1810 apenas que o rei Dom João VI resolveu retornar à Portugal como tentativa de controlar as manifestações dos burgueses de tal localidade que se viam prejudicados em função do distanciamento da coroa. Porém no Brasil ficou o príncipe regente Dom Pedro I, o qual foi convencido pela nova elite local a tornar o Brasil independente e ainda ser o primeiro imperador do mesmo. Dom Pedro I interessou-se pela proposta e declarou a independência brasileira em 1822. No Brasil não houve guerra contra Portugal, mas sim guerras internas para afirmar toda a extensão do território pertencente ao novo imperador.

Processo de emancipação político-administrativa empreendido pelas colônias ibéricas no continente americano, entre o final do séc. XVIII e as primeiras décadas do séc. XIX. Os ideais revolucionários foram impulsionados pelo fortalecimento da elite econômica e intelectual, chamada criolla (descendentes de espanhóis nascidos na América), pela difusão das ideias liberais da Revolução Francesa e da independência dos EUA e pelo avanço napoleônico sobre a Espanha e Portugal. A maioria das colônias espanholas libertou-se entre 1817 e 1825. O Brasil, único país da região colonizado por portugueses, emancipou-se em 1822. A luta das colônias hispano-americanas por autonomia foi marcada por diversas guerras entre a metrópole e os rebelados, além de conflitos entre os revolucionários. Do processo de emancipação emergiram nações divididas, o que atendia aos interesses da Inglaterra, dos Estados Unidos e das elites locais. O contexto em que a autonomia foi conquistada e o caminho tomado após a ruptura do pacto colonial – fragmentação em um grande número de repúblicas, manutenção do poder das oligarquias rurais, dependência do Capitalismo industrial inglês e ascensão de caudilhos (chefes militares) – fizeram da independência latino-americana um movimento fundamentalmente político, destituído de qualquer reformulação econômica e social.


Anos da independência dos principais países da América Espanhola:

- México: 1821

- Peru: 1821

- Argentina: 1816

- Paraguai: 1813

- Uruguai: 1815

- Venezuela: 1811

- Bolívia: 1825

- Colômbia: 1811

- Equador: 1811

- Chile: 1818

Principais líderes

Os principais líderes das lutas pela independência nos países da América Espanhola foram Simón Bolivar e San Martín.

- Simón Bolivar: militar e politico venezuelano, foi de fundamental importância nos processos de independência da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru. Ganhou em 1813, na Venezuela, o título honorífico de Libertador.

- José de San Martín: general argentino, foi decisivo nos processos de independência da Argentina, Chile e Peru.

Consequências:

- Ascenção política dos criollos nas ex-colônias;

- Conquista da liberdade econômica, que favoreceu financeiramente e politicamente a aristocracia;

- Criação de dependência econômica com relação à Inglaterra, maior potência mercantil do século XIX;

- Infelizmente, a independência política não significou a diminuição das desigualdades e injustiças sociais nas ex-colônias espanholas. A pobreza e miséria continuaram como realidade para grande parte da população;

- Instalação do sistema republicano em que, através das eleições, as elites se perpetuavam no poder.


Independência do Haiti

A Independência do Haiti da metrópole francesa ocorreu em 1804, após uma sangrenta batalha na ilha antilhana, em que a população branca foi exterminada pelos escravos que haviam se revoltado. Além de se tornar o primeiro país independente das Américas, o Haiti foi também o primeiro país a abolir a escravidão de suas fronteiras.

Trecho de um documentário chamado "A cor do dinheiro" 

A adoção dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade pelos revoltosos e a radicalidade das ações nas lutas pela independência levaram os líderes do movimento a serem conhecidos como Jacobinos Negros, em alusão ao grupo que comandou a Convenção Nacional, durante a Revolução Francesa, entre os anos de 1792 e 1795.

Denominada como ilha de São Domingo, a região havia sido conquistada pelos europeus logo após a chegada de Cristóvão Colombo, em 1492 – o conquistador genovês havia batizado a ilha de Hispaniola. A população nativa foi exterminada da ilha, sendo que o trabalho escravo foi adotado ainda no século XVI para a produção de produtos tropicais para alimentar o mercado colonial, principalmente a produção de açúcar. A ilha de São Domingo começou a ser ocupada, em sua porção ocidental, pelos franceses em fins do século XVII e, em 1697, um tratado entre espanhóis e franceses garantiu a posse do local para estes últimos. A partir daí se tornaria a principal fonte de riqueza da exploração colonial francesa, sendo produzidas várias mercadorias, com destaque ao açúcar. São Domingo produzia quase dois terços do açúcar comercializado no mundo nas décadas que antecederam o processo de independência.

Para produzir um montante tão grande dessa mercadoria mantinha-se um contingente de aproximadamente quinhentos mil escravos nas fazendas da ilha. A população branca, formada pelos proprietários e administrados, era contada em número de 35 mil pessoas. Havia ainda um pequeno contingente de mulatos e ex-escravos que conseguiram certa ascendência social e, em alguns casos, enriqueceram.

A revolta que resultou na Independência do país iniciou-se em 1791, após a rápida difusão entre os escravos da notícia de que o novo governo francês havia abolido a escravidão nas colônias. O abandono das fazendas e lavouras e o ataque aos fazendeiros brancos alastraram-se pela ilha. Muitos brancos foram mortos em decorrência das condições de trabalho e dos maus-tratos infligidos aos escravos. Os escravos mais rebeldes sofriam uma série de castigos, como serem enterrados em pé, apenas com a cabeça de fora, morrendo lentamente após terem seus rostos comidos por abutres e insetos. Nesse sentido, as reações contra os brancos foram proporcionais aos castigos que estes infligiram aos escravos.

A revolta não tomou um direcionamento até 1794, quando Toussaint de Bare (mais tarde Toussaint L’Ouverture) passou a comandar os escravos na luta pela independência e pelo fim da escravidão. Toussaint era um escravo instruído, que sabia falar e ler o francês culto. Ainda na juventude entrou em contato com o livro do Abade Raynal sobre as condições de exploração da força de trabalho escrava nas colônias e também com o livro de Júlio Cesar sobre a guerra contra os gauleses. Cada um dos livros o influenciou de uma maneira: o primeiro, sobre a situação da escravidão, o segundo, no desenvolvimento das táticas militares.

Essas atribuições foram úteis no governo de Toussaint, iniciado em 1801, em que se promulgou uma Constituição para toda a ilha, abolindo a escravidão e declarando a igualdade entre todos os habitantes. Toussaint tinha como principais lideranças de seus exércitos os ex-escravos Dessalines, Henri Christophe, Maurepas, Pétion e Moïse. Em seu governo, Toussaint manteve a administração das fazendas e engenhos nas mãos dos brancos, apesar de haver um controle do novo Estado, e também manteve os ex-escravos em um trabalho compulsório, com o intuito de manter a base da economia da ilha. O líder negro não acreditava que os ex-escravos poderiam manter a administração das fazendas por eles próprios, sendo necessária esta medida.

Toussaint ainda pretendia manter a ilha em uma relação próxima com a França, mas mantendo a autonomia. Esta crença em uma aliança o fez enviar uma série de cartas a Napoleão Bonaparte, buscando aproximar os dois governos. Entretanto, Bonaparte não tinha interesse na aliança, pretendendo ainda revogar a abolição da escravidão nas colônias.

Em 1801, Bonaparte enviou seu cunhado Leclerc para São Domingos, com 25 mil homens. Iniciou-se uma guerra sangrenta pela independência. As atrocidades ocorreram de ambos os lados, mas os brancos acabaram sendo eliminados da ilha. Porém, em 1802, os franceses conseguiram capturar Toussaint, que foi enviado à França, onde morreu no cárcere em 1803.

Os demais Jacobinos Negros, Dessalines, Henri Christophe, Maurepas, Pétion e outros, lideraram os conflitos, conseguindo expulsar os franceses no fim de 1803. O nome do país foi mudado para Haiti, sendo declarada definitivamente a independência do país. Dessalines tornou-se imperador do país em outubro de 1804.

Mas a guerra havia causado imensa destruição na base da economia da ilha, sendo que a próspera cultura da cana-de-açúcar foi interrompida. Com isso, o Haiti desligou-se do mercado mundial, mantendo-se em isolamento com os demais países e colônias, voltando sua economia para a produção de subsistência. O medo de que a revolta escrava se espalhasse para as demais colônias contribuiu para o isolamento, já que as elites locais americanas eram escravocratas.

Apesar de representar a liberdade da instituição da escravidão e conseguir a independência da metrópole colonial, sendo o primeiro país da América a realizar este feito, o Haiti vivenciou um processo posterior que levou o país à miséria. Situação em que se encontra até os dias atuais.



APROFUNDAMENTO

Proclamação da independência do Peru, conquistada sob liderança do general José de San Martín.

A Política Colonial. As colônias da América Latina permaneceram sob domínio europeu por mais de 300 anos. Ao longo desse período, prevaleceram um modelo de colonização exploratória, a ausência de autonomia político-administrativa e um pacto colonial que impedia o desenvolvimento econômico da região colonizada.

O monopólio comercial era exercido pela metrópole, que lucrava duplamente ao comprar matérias-primas a baixos preços para comercializá-las na Europa e vender às colônias produtos ingleses manufaturados. A política colonial mercantilista chocava-se com os interesses econômicos da elite colonial e dos capitalistas ingleses, impedidos de vender suas mercadorias diretamente aos países da América. Isso explica o empenho da Inglaterra na independência das colônias ibéricas: o rompimento do pacto colonial permitiria estabelecer o livre comércio e garantir o desenvolvimento do Capitalismo industrial.

Ao mesmo tempo que impunham sua política mercantilista, as metrópoles limitavam o acesso das elites coloniais aos cargos administrativos e políticos. Na América hispânica, esses postos eram restritos aos chapetones, elite política, grupo minoritário formado por espanhóis nascidos na metrópole. Essa situação descontentava os criollos.

No início do séc. XIX, a expansão napoleônica mudou as relações de poder na Europa e influenciou o processo de emancipação da América Latina. A não-obediência ao bloqueio continental imposto contra a Inglaterra levou as tropas de Napoleão a invadir Portugal e a ocupar a Espanha – ver BLOQUEIO CONTINENTAL. A invasão de Portugal, com a consequente fuga da família real para o Brasil, provocou o rompimento do pacto colonial luso-brasileiro e acelerou o processo de independência do Brasil – ver INDEPENDÊNCIA do BRASIL. A ocupação da Espanha e a ascensão de José Bonaparte, irmão de Napoleão, ao trono espanhol desencadearam o processo de independência nas colônias hispano-americanas.


Assinatura da ata de independência da Venezuela em Caracas. Afresco de Martín Tovar.

A América Espanhola. No início do séc. XIX, as possessões coloniais da Espanha na América Latina estavam divididas em quatro vice-reinados e quatro capitanias gerais. Havia os vice-reinados de Nova Espanha (México e parte do território que atualmente pertence aos EUA), Nova Granada (Colômbia e Equador), Prata (Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai) e Peru. As capitanias gerais eram representadas por Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile.

Nessa época, a sociedade hispano-americana era formada por chapetones, criollos, mestiços (descendentes de índios e espanhóis) e indígenas. Apesar de serem minoria, os criollos dominavam todos os aspectos da vida colonial. Mas seus interesses divergiam. Os criollos eram partidários do livre comércio e da expansão dos setores produtivos, enquanto os chapetones defendiam a manutenção do monopólio metropolitano.

Primeiras Tentativas de Independência. O processo de independência hispano-americano teve início em 1780, quando Tupac Amaru comandou uma insurreição de 60 mil indígenas contra o domínio espanhol. A rebelião só foi totalmente esmagada pelos espanhóis em 1783. Em 1804, escravos revoltaram-se contra a elite branca e proclamaram a independência do Haiti, o segundo país da América a conseguir livrar-se do domínio europeu – o primeiro foram os EUA. Um ex-escravo negro, Toussaint L’Ouverture, foi o principal líder dos haitianos na luta pela liberdade.

Em 1811, explodiu na Venezuela um movimento emancipatório inspirado na independência norte-americana. Essa rebelião foi comandada pelo criollo Francisco Miranda, tendo sido vitoriosa temporariamente. A Venezuela proclamou sua independência em 1811, mas em 1812 uma contraofensiva do Exército espanhol derrotou os revolucionários e restabeleceu a condição de colônia na capitania. Miranda foi preso e deportado, morrendo em uma masmorra espanhola.


Relevo representa (ao centro) encontro de Simón Bolívar e o general San Martín, no Equador.

As Guerras de Independência. A ascensão de José I, irmão de Napoleão, ao trono espanhol, em 1808, estimulou o movimento de emancipação da América espanhola. Os criollos organizaram-se em cabildos (câmaras municipais) e constituíram juntas governativas, assumindo a administração das colônias. Com a restauração da monarquia em 1814, no entanto, a Espanha voltou a reprimir os movimentos separatistas, derrotando-os.

Com o apoio da Inglaterra, livre da ameaça francesa após a derrota de Napoleão em 1815, e dos EUA que, em 1823, proclamaram a Doutrina Monroe, garantindo proteção às nações recém-independentes contra a interferência das potências europeias, o movimento de autonomia da América espanhola viria a triunfar. A luta pela independência reiniciou-se em 1817 e terminou vitoriosa em 1825.

Dois movimentos revolucionários percorreram e libertaram a maioria das colônias. Do sul partiu o Exército liderado pelo general argentino José de San Martín, que conquistou a independência da Argentina, do Chile e do Peru. Da Venezuela, o general Simón Bolívar desencadeou a campanha militar que culminou na libertação desse país, da Colômbia, do Equador e da Bolívia. Seu exército participou também da libertação do Peru.

Em 1822, San Martín e Bolívar encontraram-se em Guayaquil, no Equador, para discutir o futuro das ex-colônias. Bolívar defendia a unidade política, com a formação de uma federação de repúblicas, a criação de uma força militar comum e a abolição da escravidão, entre outras medidas. San Martín defendia um governo monárquico constitucional, mas aderiu à ideia de Bolívar. Essa tese foi discutida no Congresso do Panamá, em 1826, sendo rejeitada.

Ao norte, o processo de independência do México havia começado em 1810, quando uma insurreição popular comandada por Miguel Hidalgo, padre Morellos e Vicente Guerrero opôs-se ao mesmo tempo à dominação espanhola e aos criollos. Formados por mestiços e índios, os revolucionários reivindicavam o fim da escravidão, a divisão das terras e a abolição de tributos, mas foram derrotados. A elite criolla assumiu o comando da luta pela independência, proclamada em 1821 pelo general Agustín Itúrbide, que se sagrou imperador em 1822 sob o título Agustín I. Um ano depois, foi deposto e fuzilado num levante republicano.

A América Central, que havia sido anexada ao México por Itúrbide, tornou-se independente em 1823, dando origem às Províncias Unidas da América Central. Em 1838, essas províncias se desmembraram em Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador. O Panamá obteve a independência em 1821 e a República Dominicana, em 1844. Cuba permaneceu como a última possessão espanhola no continente até a Guerra Hispano-Americana, em 1898.

Na América do Sul, o Uruguai, que se libertara do domínio espanhol em 1811, foi anexado pelo Brasil como Província Cisplatina em 1821, obtendo a independência em 1828. O Paraguai proclamou-se independente em 1813, constituindo uma república chefiada pelo criollo Gaspar Francia. Na Argentina, a emancipação declarada em 1816 só foi consolidada pela campanha militar de Manuel Belgrano e San Martín. O Chile tornou-se independente em 1818 graças à atuação dos Exércitos de San Martín e de Bernardo O’Higgins. O general argentino libertou Lima, o maior centro de resistência da Espanha no território colonial, em 1821. A independência peruana foi consolidada pelo Exército de Simón Bolívar, em 1824, quando o general Sucre, lugar-tenente de Bolívar, derrotou os espanhóis na Batalha de Ayacucho. A libertação da Venezuela foi efetivada em 1817; a da Colômbia, em 1819; a do Equador, em 1821; e a da Bolívia, em 1825 – todas por intermédio do Exército de Bolívar.

Tropas de Bolívar e de Santander derrotam partidários da Coroa espanhola na batalha de Boyacá.

Pós-Independência. Ao contrário da América portuguesa, que manteve a unidade territorial e o regime monárquico após a independência, a América espanhola dividiu-se em várias nações e adotou o regime republicano.

O sonho de unidade (pan-americanismo) acalentado por Simón Bolívar no Congresso do Panamá (1826) chocou-se com os interesses das oligarquias locais – como a brasileira, comprometida com a monarquia escravista de Dom Pedro I – e com a oposição dos EUA e da Inglaterra, que apostavam na divisão política das nações recém-independentes como forma de expandir sua influência na América Latina. Após o fracasso da Conferência do Panamá, a América Latina fragmentou-se politicamente, dando origem a quase duas dezenas de pequenos Estados, governados pela aristocracia criolla.

O rompimento do pacto colonial e a liberdade político-administrativa passaram longe de mudanças sociais e econômicas. Velhas estruturas coloniais foram preservadas e a dependência econômica apenas mudou de endereço, transferindo-se da Espanha para a Inglaterra. Às incipientes repúblicas latino-americanas, divididas e enfraquecidas, coube o papel de continuar a fornecer matérias-primas e consumir produtos ingleses manufaturados. No campo político, como o processo de independência havia destacado o papel do Exército, as instituições civis permaneceram desorganizadas, o que possibilitou a ascensão de líderes militares, autoritários e personalistas – os caudilhos – em boa parte das ex-colônias.

Fonte: http://www.klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,UNO-5419,00.html

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EXERCÍCIOS:


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