A independência do Brasil foi proclamada no dia 7 de setembro, há 188 anos, às margens do Ipiranga, com um brado retumbante – certo ou errado? Errado. Erradíssimo. Quem garante? Os jornais da época, claro.
Quando o Brasil separou-se de Portugal havia cinco jornais em circulação – o precursor da imprensa livre, o Correio Braziliense, o chapa-branca Gazeta do Rio de Janeiro, o Revérbero Fluminense, a Idade do Ouro do Brasil da Bahia e O Espelho. Nenhum deles fala no épico episódio protagonizado por D. Pedro nas redondezas de São Paulo às margens de um riacho.
Todos os cinco periódicos eram a favor da emancipação, estavam por dentro do assunto, reproduziram os documentos e a azeda troca de cartas entre o rei D. João VI e o seu filho príncipe-regente, em agosto. Mas em matéria de datas os cinco estão mais preocupados com o 12 de outubro – quando D. Pedro seria proclamado pelo povo e assim legitimado como Imperador do Brasil.
O Sete de Setembro foi uma construção política posterior, bem posterior, e não um fato político. Para usar o jargão moderno: o Sete de Setembro foi um factóide, muito bem construído para facilitar a repercussão externa – mas um factóide.
História e jornalismo
Então nossos professores de história estavam enganados ou nos enganaram? Não propriamente. O que aconteceu foi uma desatenção da historiografia brasileira pelo jornalismo brasileiro. E esta desatenção foi em parte causada pelos preconceitos contra os principais jornalistas da época, majoritariamente maçons.
Este desencontro entre o fato e a construção do fato torna-se ainda mais significativo quando lembramos que há dois anos, em 2008, quando deveríamos lembrar os 200 anos da criação da imprensa brasileira, nossa mídia embargou a data e passou uma esponja no passado. Agora, quando identificamos alguns desajustes entre os livros de história e as coleções de periódicos, evidencia-se o crime que a nossa imprensa cometeu contra a sua própria imagem.
O RESULTADO
O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos:
- Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;
- Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;
- Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos – e se estendem por todo o território nacional.
VEM PRA RUA VEM!!!
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