RACISMO =
1- conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias
2- doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras
3- preconceito extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente, geração considerada inferior
4- Derivação: por analogia; atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas
Ex.: r. xenófobo
Depois de alcançar sua independência, os
Estados Unidos se depararam com um intenso debate em torno de suas
políticas de desenvolvimento econômico. Ao longo de sua história os
modelos econômicos das antigas treze colônias eram dotados por
diferenças históricas que dividiam a região entre as colônias do norte e
do sul. Tal disparidade acarretou em uma intensa disputa na esfera
política que acabou levando a jovem nação norte-americana a resolver
suas contendas através de uma violenta guerra civil.
De forma geral, a demanda política dessas duas regiões da economia
estadunidense criou um campo de tensões onde o favorecimento de uma
significava a ruína da outra. Os estados do norte desenvolveram uma
economia voltada para a produção industrial, o incentivo das atividades
comerciais, mão-de-obra assalariada e a produção agrícola em pequenas
propriedades. Em contra partida os sulistas priorizaram uma economia
agroexportadora, fundamentada no latifúndio e na mão-de-obra escrava.
Os nortistas, também conhecidos como yankees, priorizavam a constituição
de altas tarifas alfandegárias que impedissem a dominação do mercado
interno pelas manufaturas estrangeiras e incentivasse o desenvolvimento
da indústria nacional. Já os sulistas almejavam uma política
alfandegária com valores baixos que permitisse o acesso dos estados do
sul a uma maior quantidade de produtos industrializados. Mediante as
negociações, os valores das taxam variavam entre 20 e 30 por cento.
Outra delicada questão girava em torno das políticas agrárias nos
Estados Unidos. Os nortistas defendiam um modelo calcado na pequena
propriedade e na diversificação produtiva vinculada ao aumento da
matéria prima disponível. O sul ambicionava a limitação ao acesso, pois
via na pequena propriedade uma ameaça direta ao interesses dos grandes
proprietários interessados em ampliar o número de terras destinadas às
monoculturas agroexportadoras.
Um último ponto de discórdia tratava da questão do escravismo nos
Estados Unidos. Os nortistas eram interessados no fim dessa relação de
trabalho. Muitos deles, influenciados pela ideologia iluminista, viam na
libertação dos escravos a ampliação do mercado consumidor interno no
momento em que os ex-escravos fossem convertidos em trabalhadores
assalariados. Nessa questão, o sul se colocava inflexivelmente contra,
pois toda força de trabalho dos latifúndios eram sustentadas pelo
sistema escravista.
As animosidades criadas pelas diferenças políticas alcançaram seu auge
quando os sulistas, reunidos em Montgomery, resolveram implementar um
projeto separatista. Dessa reunião ficou acertada a criação dos Estados
Confederados da América, formado por nações da região sul. Mesmo estando
em menor quantidade, os separatistas esperavam o reconhecimento do novo
Estado. No entanto, os yankees prepararam uma grande ofensiva contra os
separatistas. Dava-se assim, início à Guerra de Secessão.
Contando com uma população maior e uma tecnologia bélica bem mais
potente, os nortistas tinham melhores condições de vencer a batalha.
Enquanto os conflitos se desenvolviam, o então presidente Abraham
Lincoln toma providências para garantir a manutenção do território por
meio de medidas que desestabilizavam a economia sulista. Em 1862,
decretou o Homestead Act, que concedia o acesso das terras a oeste com
base em um modelo de pequena e média propriedade. No mesmo ano, decretou
a abolição da escravidão no país.
Com o apoio do governo central e a superioridade militar nortista, os
confederados assinaram o termo de rendição em nove de abril de 1865. O
modelo econômico do norte prevaleceu frente os interesses dos grandes
proprietários do sul. Mesmo trazendo a predominância de uma economia
sustentada pelo incentivo à indústria e o comércio, a sociedade
estadunidense sofreria com novos problemas. A inserção do negro na
sociedade e a criação de movimentos racistas foram polêmicas que se
arrastaram na história desse povo até a atualidade.
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Exercícios para Ensino Médio - aperfeiçoar os estudos e compreensão.
1. (Cesgranrio) No início do governo Abraão Lincoln, os Estados
Unidos apresentavam-se divididos e, nas palavras desse Presidente, o
país era "uma casa dividida contra si mesma", uma vez que:
I - os sulistas, favoráveis ao sistema escravista, reagiram com
hostilidade à eleição de um Presidente contrário à expansão desse
sistema;
II - a secessão sulina era um rude golpe para o país, face ao caráter complementar das economias do norte e do sul;
III - os Estados nortistas não abriram mão da política livre-cambista, condenada pelo Sul protecionista;
IV - divididos internamente, os Estados Unidos não poderiam prosperar economicamente e enfrentar desafios externos.
Assinale se estão corretas apenas:
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) I, II e III
e) I, II e IV
2. (Cesgranrio) A expansão territorial dos Estados Unidos, ao longo
do século XIX, caracterizou-se por um forte sentimento nacionalista.
Sobre essa expansão podemos afirmar que:
a) encerrou as divergências entre o Norte e o Sul, quanto à utilização da mão-de-obra escrava.
b) retardou o crescimento demográfico da população norte-americana.
c) priorizou a mineração em detrimento das atividades industriais e agrícolas.
d) acarretou o fortalecimento político da representação nortista no Congresso Norte-Americano.
e) impediu a emigração devido à política de defesa das fronteiras do país.
3. (Fuvest) Da vitória dos estados nortistas na "Guerra de Secessão" resultou:
a) diminuição do número de pequenos e médios proprietários e o crescimento da aristocracia rural no sul.
b) unificação do mercado interno, desenvolvimento capitalista e transformação dos EUA em potência econômica.
c) anexação da região do Texas ao território dos EUA.
d) extinção do tráfico de escravos negros para os EUA.
e) regulamentação, pelo compromisso do Missouri, dos territórios que passaram a ser escravistas ou livres.
4. (Fuvest) Ao final da Guerra de Secessão, a constituição dos
Estados Unidos sofreu a XIII Emenda, que aboliu a escravidão. Os brancos
sulistas:
a) abatidos, emigraram em massa, para não conviver com os negros em condições de igualdade política e social.
b) inconformados com a concessão de direitos aos negros, desenvolveram a
segregação racial e criaram sociedades secretas que os perseguiam.
c) arruinados, tiveram suas terras submetidas a uma reforma agrária e distribuídas aos ex-escravos.
d) desanimados, abandonaram a agricultura e voltaram-se para a
indústria, a fim de se integrarem à prosperidade do capitalismo do
norte.
e) recuperados, substituíram as plantações de algodão por café, contratando seus ex-escravos como assalariados.
5. (Pucsp) "A Guerra Civil Norte-americana (1861-65) representou uma
confissão de que o sistema político falhou, esgotou os seus recursos sem
encontrar uma solução (para os conflitos políticos mais importantes
entre as grandes regiões norte-americanas, a Norte e a Sul). Foi uma
prova de que mesmo numa das democracias mais antigas, houve uma época em
que somente a guerra podia superar os antagonismos políticos."
(Eisenberg, Peter Louis. GUERRA CIVIL AMERICANA. S. Paulo, Brasiliense, 1982.)
Dentre os conflitos geradores dos antagonismos políticos referidos no texto está a
a) manutenção, pela sociedade sulista, do regime de escravidão, o que
impediria a ampliação do mercado interno para o escoamento da produção
industrial nortista.
b) opção do Norte pela produção agrícola em larga escala voltada para o
mercado externo, o que chocava com a concorrência dos sulistas que
tentavam a mesma estratégia.
c) necessidade do Sul de conter a onda de imigração da população
nortista para seus territórios, o que ocorria em função da maior oferta
de trabalho e da possibilidade do exercício da livre-iniciativa.
d) ameaça exercida pelos sulistas aos grandes latifundiários nortistas, o
que se devia aos constantes movimentos em defesa da reforma agrária
naquela região em que havia concentração da propriedade da terra.
e) adesão dos trabalhadores sulistas ao movimento trabalhista
internacional, o que ameaçava a estabilidade das relações trabalhistas
praticadas na região norte.
6. (Ufc) Podemos definir o crescimento industrial inglês, como um
processo longo e complexo, que se inicia com produção doméstica, com
instrumentos simples e sem que a energia do vapor tenha contribuído
muito. Mais tarde a situação se modifica com o surgimento de novas
tecnologias. É característica desta segunda fase:
a) o surgimento da fábrica, com meios de produção pertencentes a um empresário que utiliza trabalho assalariado.
b) o trabalho em oficinas, com controle corporativo da produção manual e com meios de produção pertencentes a um capitalista.
c) a utilização do trabalho assalariado de artesãos que dominam o processo produtivo.
d) a propriedade coletiva dos meios de produção e estatização do comércio.
e) o surgimento de cooperativas para a compra de matérias-primas e sua manufatura, utilizando trabalho assalariado.
7. (Ufmg) Todas as alternativas contêm razões econômicas responsáveis pela eclosão da Guerra Civil Americana, EXCETO:
a) A disputa entre as ideias protecionistas do Norte e o livre-cambismo proposto pelo Sul.
b) O aguçamento das contradições gerado pela conquista do Oeste, quando surgiram novos estados.
c) O desequilíbrio da balança comercial americana provocado pela crise
no sistema de transportes de mercadorias do Norte para o Sul.
d) O grande obstáculo à ampliação do mercado consumidor representado pela permanência da estrutura escravista.
e) Os profundos contrastes econômicos entre o norte industrial e o sul agroexportador.
8. (Ufsm) Em 1961, o presidente norte-americano, John Kennedy, lançou o programa "Aliança para o Progresso", cujo objetivo era
a) aumentar o potencial militar americano, impondo-se como nação
hegemônica perante os países aliados, o que reverteu em favor da
industrialização de todos eles.
b) diminuir a influência comunista na América, visto que já era intensa na totalidade das nações latino-americanas.
c) impedir o avanço comunista, de orientação soviética, nos países aliados e fazer frente ao impacto da Revolução Cubana.
d) incrementar as indústrias nacionais, possibilitando tão-somente o
progresso dos países integrantes da Aliança, mesmo que fossem
socialistas.
e) pregar a revolução na liberdade, reconhecendo a soberania dos povos
na definição dos seus sistemas econômico, social e político.
9. (Ufv) "Os Estados Confederados podem adquirir novo território.
[...] Em todos esses territórios, a instituição da escravidão negra, tal
como ora existe nos Estados Confederados, será reconhecida e protegida
pelo Congresso e pelo governo territorial; e os habitantes dos vários
Estados Confederados e Territórios terão o direito de levar para esse
território quaisquer escravos legalmente possuídos por eles em quaisquer
Estados ou Territórios dos Estados Confederados [...]."
("Constituição dos Estados Confederados da América", Art. IV, seção 3, 1861.)
O texto acima reflete um dos pontos centrais de discórdia que geraram
a Guerra Civil Americana. Esta guerra civil foi o resultado:
a) da ação imperialista americana que, a partir da Doutrina Monroe, passou a intervir na América Latina.
b) da luta entre os colonos e a Metrópole Inglesa, o que redundaria na independência dos Estados Unidos.
c) da Grande Depressão, intensificando a pobreza e o desemprego nas grandes cidades americanas.
d) da luta pelos direitos civis, particularmente dos negros, forçando uma reinterpretação da Constituição Americana.
e) da oposição dos interesses dos Estados do Sul e do Norte em torno da questão da escravidão e da expansão para o Oeste.
10. (Unesp) "A Ku-Klux-Klan foi organizada para segurança própria... o
povo do Sul se sentia muito inseguro. Havia muitos nortistas vindos
para cá (Sul), formando ligas por todo o país. Os negros estavam se
tornando muito insolentes e o povo branco sulista de todo o estado de
Tennessee estava bastante alarmado."
(ENTREVISTA DE NATHAN BEDFORD FORREST ao JORNAL DE CINCINNATI, Ohio, 1868.)
A leitura deste depoimento, feito por um membro da Ku-Klux-Klan, permite entender que esta organização tinha por objetivo
a) assegurar os direitos políticos da população branca, pelo voto
censitário, eliminando as possibilidades de participação dos negros nas
eleições.
b) impedir a formação de ligas entre nortistas e negros, que propunham a reforma agrária nas terras do sul dos Estados Unidos.
c) unir os brancos para manter seus privilégios e evitar que os negros,
com apoio dos nortistas, tivessem direitos garantidos pelo governo.
d) proteger os brancos das ameaças e massacres dos negros, que criavam
empecilhos para o desenvolvimento econômico dos estados sulistas.
e) evitar confrontos com os nortistas, que protegiam os negros quando estes atacavam propriedades rurais dos sulistas brancos.
GABARITO
1.E 2.D 3.B 4.B 5.A 6.A 7.C 8.C 9.E 10.C correto
ERRADO!!!
1. A 2. A
3. E 4. B 5. D
6. B 7. D 8. A 9. D 10. E
11. A 12. B 13. B 14. D 15. A
16. A 17. D 18. B
19. C 20. E
GALERA ATENÇÃO NA ESCOLHA, LEMBREM-SE! DEFESA HISTÓRICA DO PERSONAGEM!
O PERSONAGEM NECESSARIAMENTE DEVE TER UMA RELEVÂNCIA HISTÓRICA!
EVITAR OS MIDIÁTICOS (ex.: Joaquim Barbosa, Pelé, DJ Patife, ETC) !
http://antigo.acordacultura.org.br/herois/ (ESSE SITE É MUITO MASSA) GALERA DE FATO ESSE SITE ESTÁ FORA DO AR, MAS PEÇO QUE SE EMPENHEM E FAÇAM DE OUTRAS FONTES, POIS COM OS NOMES EM MÃOS É SÓ MANDAR VÊ!! AGRADEÇO!!
É a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas existentes na palma das mãos e na sola dos pés, mais conhecida pelo estudo das Impressões Digitais.
Papiloscopista:
É o nome dado ao profissional da Papiloscopia. Especialista em identificação, desde a coleta até o arquivamento, envolvendo planejamento, coordenação, supervisão, controle e execução de trabalhos periciais papiloscópicos relativos ao levantamento, coleta, análise, codificação, decodificação e pesquisa de padrões e vestígios papilares. Pericia de Prosopografia (descrição de uma pessoa - envelhecimento, rejuvenescimento e reconstituição facial),bem como a realização de estudos e pesquisas técnico científicas, visando a identificação humana.
O que consegui encontrar sobre investigação criminal:
A vitória da
burguesia industrial e do discurso nacionalista conservador
Europa do Congresso de Viena
Convocado para
refazer o mapa político europeu em decorrência da queda de Napoleão, o
Congresso de Viena não foi capaz de impedir a ação de movimentos liberais e as
aspirações nacionalistas num contexto onde se expandia a indústria, ao mesmo
tempo em que os movimentos sociais questionavam as relações entre o
empresariado e o operariado, colocando risco o mundo burguês.
As mudanças
socioeconômicas que vários países europeus experimentavam eram também desejadas
pela alta burguesia italiana, do Reino do Piemonte, e a burguesia da Prússia,
um dos principais estados germânicos. Elas acreditavam que a unificação, através
de um governo forte e centralizado, aceleraria o processo de desenvolvimento,
equiparando-se ao da França e ao da Inglaterra.
Significados das unificações
Os processos de
unificação na Itália e na Alemanha alteraram profundamente o quadro político da
Europa no século XIX, rearticulando um equilíbrio de forças que resultaria na I
Guerra Mundial (1914/1918). Na base desses processos estavam os movimentos
liberais, acentuadamente nacionalistas nestes dois países.
Unificação da Itália
Península Itálica pré-unificação
Após o período
napoleônico e o Congresso de Viena (1815), os Estados da Península ficaram sob
forte influência do Império Austro-Húngaro e da Igreja Católica. A Península
estava dividida em 7 Estados: Reino do Piemonte-Sardenha, Parma, Modena,
Toscana, Reino Lombardo-Veneziano, Reino das Duas Sicílias e Estados
Pontifícios.
Liberalismo tardio na Itália
Fatores do
liberalismo tardio:
Fragmentação territorial e autonomia política
das cidades
Influência da ideologia Católica na
região
Intervenção das potências estrangeiras no
país (Áustria e França)
Êxito da unificação
1. Uma burguesia
forte que promoveu um grande desenvolvimento industrial na região norte da
Itália.
2. Política
beligerante de Cavour, primeiro na Guerra da Criméia contra a Rússia e depois
na guerra contra a Áustria.
Diferentes projetos de unificação
Grupos distintos
buscaram a unificação da Itália a partir da década de 1830:
Carbonários – movimento heterogêneo
organizado em sociedades secretas que reunia várias tendências políticas;
Republicanos – liderados por Mazzini (projeto
liberal) e Garibaldi (popular);
Monarquistas – articulado por Camille Cavour;
Lutas nacionalistas e populares
As revoluções
ocorrida na Europa em 1830 e 1848 desencadearam diversos movimentos nacionalistas
na Itália, foram eles:
Sociedade Carbonária
(caráter popular)
Movimento Jovem
Itália (caráter republicano)
Risorgimento
(caráter liberal)
Apesar do clima de
grandes agitações populares, esses movimentos não conseguiram êxito na primeira
metade do século XIX. Porém, uma nova onda de protestos bem sucedidos ocorreria
a partir de 1860/1871.
Península Itálica pré-unificação
Em 1848, movimentos
liberais surgiram em diversas Estados. Aproveitando as agitações o rei Carlos
Alberto do Piemonte-Sardenha tentou a unificação e declarando guerra à Áustria.
Derrotado pelos austríacos, o rei foi obrigado a abdicar o trono em favor do
seu filho Vítor Emanuel II. Entretanto, estava fortalecida a idéia da
unificação.
As articulações de Cavour
Em 1852, o ministro
Cavour viu que sem ajuda não seria possível vencer a Áustria e pensou em
possíveis aliados. A oportunidade surge na, Guerra da Criméia que opunha Rússia
contra França e Inglaterra (1854/1856). Resolveu enviar tropas para ajudar a
França o que lhe rendeu uma grande aliada. Nesta época Napoleão III era
imperador.
Em 1859, Cavour e
Napoleão III se encontraram para fazer uma acordo: Napoleão apóia o Piemonte
contra a Áustria e receberia em troca os condados da Savóia e de Nice; o
Piemonte receberia a Lombardia-Veneza, que pertenciam à Áustria. As campanhas
militares de 1859 repercutiram em toda a Itália.
Toscana, Parma,
Modena e Romagna, Estados pertencentes ao papa, se revoltaram, querendo unir-se
ao Piemonte. Com a conivência de Cavour, Giuseppe Garibaldi e seu Exército
Popular dos Camisas Vermelhas conseguiu invadir o reino dos
Bourbons se apossando da Sicília e passaram por Nápoles e pondo em fuga o rei
Francisco II.
As tropas do
Piemonte invadiram os Estados papais, únicos ainda não integrados.
Garibaldi opunha-se à casa de Savóia, pois daria ao país um regime monárquico.
Para não atrapalhar a unificação, afastou-se da vida pública temporariamente.
Quando Cavour morreu em 1861, o Piemonte já dominava quase toda a Itália.
A resistência de Roma
Vítor Emanuel II
declarou-se rei (1861) e transferiu a capital para Florença. Para completar a
unificação, faltava só a adesão dos Estados restantes. O problema com os
Estados papais era mais difícil: o papa se recusava a entregar a cidade, pois
considerava que era a garantia da independência da Igreja Católica.
Garibaldi tentou
tomar Roma, mas Napoleão III enviou uma guarnição para proteger o papa: tomar
Roma pela força equivaleria a declarar guerra à França. Em 1870, os prussianos
invadiram e venceram a França; os italianos aproveitaram o momento, tomaram
Roma e ocuparam o resto dos Estados.
A Questão Romana
Em 1871, Vítor
Emanuel ofereceu ao papa as leis de garantia, mas Pio IX considerou-se
prisioneiro no Vaticano e recusou qualquer conciliação. A questão romana só se resolveu
em 1929 pelo Tratado de Latrão entre Mussolini e Pio XI, que criou o Estado do
Vaticano.
Unificação da Alemanha
Condições pré-unificação
Desenvolvimento econômico e social no reino
da Prússia (norte da Alemanha)
Forte controle político da Áustria na região
(Confederação Germânica). A Áustria havia impedido a tentativa de
unificação pela Prússia em 1850, mas não conseguiu impedir o progresso de seus
Estados.
Existência de uma união aduaneira entre os
estados (Zollverein), adotada em 1834
De 1850 a 1870,
distritos industriais e centros urbanos surgiram em várias regiões; as estradas
de ferro quintuplicaram; as minas de carvão e ferro permitiram o crescimento
das indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas. Formava-se o complexo
industrial alemão sob a liderança da Prússia. Percebendo a ameaça ao seu poder,
a Áustria tentou em vão fazer parte do Zollverein.
Na Prússia, a
burguesia tentou controlar as despesas reais, criando um conflito político que
durou até 1861, quando o rei Guilherme I convidou Bismarck para ministro. Ele
era um político habilidoso, antiliberal, pró-monarquia e contra o poder
da burguesia, mas devotado à causa da unificação, representante da aristocracia
(Junkers), Otto von Bismarck.
Bismarck achava que
a unidade alemã deveria ser obtida pela força, através de uma luta contra a
Áustria. Por isso, organizou militarmente o Reino da Prússia. Os burgueses se
negaram a aprovar o aumento do tempo de serviço militar obrigatório e a
elevação dos impostos, para financiar mais contingentes militares.
Com aprovação apenas
da Câmara dos Nobres, Bismarck passou a governar despoticamente e transformou o
exército em instrumento da unificação alemã.
Visão de Bismarck
"Os grandes
problemas da época não se resolvem com discursos nem com votação de maiorias,
mas a ferro e sangue. A Alemanha não deposita esperanças no liberalismo da
Prússia e sim em seu armamento".
Guerra dos Ducados (1864)
Os reinos ou ducados
de Schleswig e Holstein, de população germânica, viviam sob domínio da
Dinamarca. Os príncipes dos dois ducados quiseram tornar-se independentes
quando o rei dinamarquês Cristiano IX morreu, em 1863. A Prússia, aliada à
Áustria, apoiou os príncipes e venceu a Dinamarca. Mas Bismarck adiou a entrega
de um dos ducados à Áustria.
Guerra das Sete Semanas (1866)
Queria com isso
provocá-la. Já tinha garantido a neutralidade da França e o apoio da Itália.
Venceu os austríacos facilmente na batalha de Sadowa, pois eles tiveram de
sustentar duas frentes de combate, uma na Itália e outra na própria Áustria. Os
austríacos assinaram a paz e aceitaram a dissolução da Confederação Germânica e
a passagem de Schleswig e Holstein para a Prússia e de Veneza para a Itália.
Unificação em andamento
O caminho para a
centralização do norte alemão estava aberto. A Prússia anexou outros
territórios, e novos Estados germânicos se uniram a ela, formando a
Confederação Germânica do Norte (1867).
Tensões França X Prússia
No começo da guerra
entre Áustria e Prússia, Napoleão III manteve-se conivente com Bismarck, achando
que a luta seria longa e isto seria uma vantagem para ela. A vitória prussiana
foi desagradável: a unificação da Alemanha constituía ameaça direta à hegemonia
da França na Europa.
Guerra contra a França
Napoleão III, com
seu exército desorganizado por outras batalhas, exigiu da Prússia que os
Estados germânicos do sul, de grande influência francesa, não se unissem aos do
norte. Bismarck usou a exigência para pôr os alemães contra os franceses, que
ele considerava inimigos de longa data.
Napoleão irritaria
ainda mais os alemães ao exigir a posse de Luxemburgo e os territórios bávaros
a oeste do Reno. Além disso, pedia apoio prussiano para dominar a Bélgica, sob
influência inglesa. Bismarck queria declarar guerra à França, pois isso
ajudaria a unificação alemã.
A Inglaterra soube
do interesse francês na Bélgica; a Áustria, vencida, estava com problemas
internos; a Itália agora se voltava contra a França, que depois de ajudá-la
havia apoiado o papa e impedido a tomada de Roma. Só faltava um incidente para
começar a guerra. O pretexto surgiu em 1870. Uma revolução deixou vago o trono
espanhol.
A sucessão foi
oferecida ao príncipe parente do rei da Prússia. Napoleão exigiu a retirada de
tal candidatura e a promessa de Guilherme I de que nenhum outro príncipe
germânico ocuparia o trono da Espanha. O rei passou a Bismarck um telegrama a
ser encaminhado a Napoleão III. Bismarck mudou o texto de modo a parecer
insultuoso ao povo francês.
Os jornais alemães o
publicaram. E a França declarou guerra à Prússia. O exército alemão era mais
numeroso e bem treinado. A vitória prussiana foi fulminante. Seu exército
cercou o francês, comandado pelo general Bazaine, em Metz. Napoleão III partiu
em socorro e foi cercado em Sedan; preso, capitulou em 1º de setembro de 1870.
Pelo Tratado de
Frankfurt, a França cedia a Alsácia e Lorena e ainda se comprometia a pagar
indenização de 5 bilhões de francos. Os franceses não puderam evitar a
humilhação de ver o Império Alemão ser proclamado na Sala dos Espelhos do
Palácio de Versalhes, quando Guilherme I recebeu o título de imperador pela
aclamação dos príncipes alemães.
Desdobramentos da Unificação
A unificação da Alemanha se completava, mas,
ao tripudiar sobre os vencidos, os vencedores de então iriam alimentar no
sentimento nacional francês um forte espírito de revanche.
A ruptura do equilíbrio europeu: no prazo de
algumas décadas, a Alemanha iria se transformar na primeira potência econômica
e militar da Europa.
Eclosão da Revolução Industrial no país:
provocando uma disputa tardia pelas regiões coloniais.
Desenvolvimento da política de alianças: com
uma clara intenção de isolar a França, a Alemanha selou uma aliança em 1882 com
a Áustria.
RESUMASSO!!
A UNIFICAÇÃO ITALIANA
• Antecedentes Na Antiguidade, a Itália foi o berço do mais famoso império da história – o Império Romano – No século V A península Itálica foi invadida pelos “bárbaros”, povos de origem germânica, que ali formaram vários reinos. No século XIX após o Congresso de Viena, a região ficou sob domínio Austríaco ( Lombardia e Veneza ), e ao sul, sob os domínio dos franceses, da Dinastia dos Bourbons ( o reino das Duas Sicílias ). Assim, a Península Itálica, estava dividida em vários reinos ( sete reinos ), sendo o mais forte e independente do domínio estrangeiro, o Reino de Piemonte-Sardenha.
• SÉCULO XIX os nacionalistas italianos, que não gostaram das decisões do Congresso de Viena, passaram a lutar pela unificação da Itália e o fim do domínio estrangeiro.
• MOVIMENTOS NACIONALISTAS “JOVEM ITÁLIA” líder – Giuseppe Mazzini proposta: unificar a Itália; expulsar os estrangeiros e criar uma República, perseguido fugiu para a Suíça, onde fundou uma outra organização, a “ Jovem Europa”, que tinha como objetivo lutar contra os regimes absolutistas e divulgar o ideal republicano.
CARBONÁRIOS líder – Giuseppe Garibaldi – proposta Unificação Italiana ( obs... perseguidos pelo governo, Garibaldi acabou fugindo para o Brasil, onde participou da Revolução Farroupilha ) RISORGIMENTO líder – Camille Cavour Primeiro-Ministro do rei Vítor Emanuel II, do Reino de Piemonte-Sardenha – proposta a unificação da Itália sob a liderança do rei Vítor Emanuel II, que acabou tento apoio de Garibaldi,, que retornara à Europa junto com Anita e organizou um pequeno exército de mil voluntários, os “ Camisas Vermelhas”.
A UNIFICAÇÃO Enquanto Cavour completava a unificação dos reinos do Norte, Garibaldi partiu para a conquista e unificação do sul ( Reino das Duas Sicílias ) que acabou sendo anexada ao Reino de Piemonte-Sardenha.
• Em 1861, foi proclamado o nascimento do Reino da Itália, ma ainda faltava Veneza e Roma Veneza ( estava sob poder Austríaco) A conquista foi realizada após uma guerra entre a Áustria e a Prússia. A Itália apoiou a Prússia que derrotou a Áustria que foi obrigada a entregar Veneza aos Italianos. Agora só faltava Roma para completar a unificação.
• QUESTÃO ROMANA 1870 - recordando - Roma e os Estados Pontifícios ( que pertenciam à Igreja ), havia sido doados na Idade Média por Pepino, o Breve ( do Reino Franco ) ao Papa, com o título de Patrimônio de São Pedro, assim o Papa Pio IX, não aceitou a anexação de Roma à Itália, pois não queria perder o “ Patrimônio de São Pedro”, iniciando um grande conflito que deu origem à Questão Romana, que só foi resolvida em 1929, quando o Papa Pio XI e Mussolini ( governante da Itália ) assinaram o Tratado de Latrão, que concedeu ao papa total poder sobre a praça de São Pedro, onde foi criado o Estado do Vaticano, o menor país do mundo.
UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
• Um conjunto de 38 Estados, independentes entre si, formavam a CONFEDERAÇÃO ALEMÃ ou GERMÂNICA, definida e controlada pela Áustria após o Congresso de Viena. O maior e mais desenvolvido desses Estados era a Prússia, que em 1834 esboçou a primeira tentativa de unificação econômica da Alemanha ==. O “ ZOLLVEREIN” ( obs... atualmente a Prússia não existe mais, ela faz parte da Alemanha e a Áustria é um país independente ).
• ZOLLVEREIN ( ler – tzolferain ) foi a primeira tentativa de unificação econômica da Alemanha, era uma “ união aduaneira – um imposto alfandegário) que permitiria a livre circulação de mercadorias dentro dos diferentes estados alemães, isto significa que, os Estados membros do Zollverein estavam isentos do pagamento de taxas alfandegárias ( impostos sobre os produtos comercializados entre os estados.
• UNIFICAÇÃO POLITICA O processo de unificação política foi liderado pela Prússia, através do primeiro ministro do rei Guilherme I, OTTO VON BISMARCK que também era comandante militar do Exército prussiano, ficou conhecido como o “ chanceler de ferro” pois dizia em seus discursos que os problemas não se resolvem com discursos, mas, a “ ferro e fogo”, assim a unificação da Alemanha só seria possível através de guerras. Assim, Bismarck coloca a Confederação Germânica em guerra com outros países.
• 1870 - GUERRA FRANCO-PRUSSIANA foi uma guerra entre a França e a Prússia – a França derrotada entrega aos alemães os territórios de Alsácia e Lorena, importante na produção de ferro e carvão, necessário para o desenvolvimento industrial da Alemanha. Obs... podemos considerar esse fato um dos causadores da 1ª Guerra Mundial, onde a Alemanha derrotada é obrigada a devolver esses territórios à França. ( assunto para o 9º ano )
• 1871 ao final dessa guerra, a Alemanha estava unificada sob a liderança do rei Guilherme I e do Chanceler Bismarck.
• CONCLUSÃO:
a) foi organizado o IMPÉRIO ALEMÃO, denominado Segundo Reich ( II Império ) e Guilherme I, da Prússia foi coroado com o título de Kaiser do II Reich ( Kaiser = imperador );
b) Após a unificação ocorreu o grande crescimento industrial dessas jovens nações que passaram a disputar regiões fornecedoras de matérias-primas e de mercados consumidores, provocando uma disputa e uma grande rivalidade entre os países da Europa, principalmente a Inglaterra, que até então dominava esse mercado fora da Europa;
c) PAZ ARMADA a disputa por mercados e por colônias levou as grandes potências, prevendo uma guerra, a produzir armamentos;
d) PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL essas disputas acabou por gerar um grande conflito que foi a primeira Guerra Mundial (1914 – 18);
e) IMIGRAÇÃO italianos e alemães, fugindo da s guerras de unificação e da crise econômica, imigraram para a América. No Brasil, os italianos vieram para São Paulo ( fazendas de café ) e os alemães foram para o sul, onde se tornaram pequenos fazendeiros.
ATUALIDADE: No final do século XX, começou a se formar a UNIÃO EUROPÉIA. Os países da Europa Ocidental iniciaram um processo de unificação econômica, eliminando as barreiras alfandegárias entre eles, criando uma mesma moeda para todos os países membros da União, o EURO.
Hoje me deparei com uma situação inusitada em aula, uma aluna me pediu que explicasse como a inflação foi criada, de maneira rápida e poem rápida nisso (fim da aula), creio que acabei deixando-a meio informada, desse modo, venho tentar completar a informação.
Segue alguns sites didáticos sobre inflação e outros termos que discutimos em sala:
A dúvida de minha aluna era sobre o programa de transferência de renda Bolsa Família, que chegou aos ouvidos da mesma no valor de R$320,00, como a empregada que trabalha para ela três filhos a soma chegaria a quase R$1.000,00 por mês (bom se fosse mesmo), mas a informação esta equivocada, segue os critérios abaixo:
Uma das principais bandeiras dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o programa de transferência de renda Bolsa Família entrou na pauta eleitoral de 2014.
O anúncio do reajuste de 10% em cadeia nacional, feito às vésperas do 1º de maio pela presidenta Dilma Rousseff, e as críticas de seu opositor Aécio Neves – de que o aumento é insuficiente e não atende às recomendações das Nações Unidas sobre o combate à pobreza - mostram que o benefício dado pelo governo federal será alvo de debate e disputa durante a campanha eleitoral. Recentemente, o cantor Ney Matogrosso também desqualificou o governo, ao tecer críticas ao programa social.
Conheça mais sobre o Bolsa Família e veja quais as respostas às perguntas mais frequentes sobre ele:
O que é o Bolsa Família?
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza do País. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação brasileiros com renda familiar per capita inferior a 70 reais mensais.
Quantas pessoas são atingidas pelo Bolsa Família?
De acordo com o governo, no mês de abril de 2014 o Bolsa Família foi pago a 14.145.274 famílias, atingido cerca de 50 milhões de pessoas.
Qual o valor que cada família recebe e como ele é calculado?
O programa oferece às famílias quatro tipos de benefícios: o Básico, o Variável, o Variável para Jovem e o para Superação da Extrema Pobreza.
O Básico, concedido às famílias em situação de extrema pobreza, é de 70 reais mensais, independentemente da composição familiar. Já o Variável, no valor de 32 reais, é concedido às famílias pobres e extremamente pobres que tenham crianças e adolescentes entre 0 e 15 anos, gestantes ou nutrizes, e pode chegar ao teto de cinco benefícios por família, ou seja 160 reais. As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular o benefício Básico e o Variável, até o máximo de 230 reais por mês.
O benefício Variável para Jovem, de 38 reais, é concedido às famílias pobres e extremamente pobres que tenham adolescentes entre 16 e 17 anos, matriculados na escola. A família pode acumular até dois benefícios, ou seja, 76 reais.
Já o para Superação da Extrema Pobreza é concedido às famílias em situação de pobreza extrema. Cada família pode ter direito a um benefício. O valor varia em razão do cálculo realizado a partir da renda per capita da família e do benefício já recebido no programa.
As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular o benefício Básico, o Variável e o Variável para Jovem, até o máximo de 306 reais por mês, como também podem acumular um benefício para Superação da Extrema Pobreza.
Qual o máximo que uma família já recebeu?
O benefício do Bolsa Família é variável, uma vez que é pago o valor suficiente para que uma família possua uma renda per capita mensal mínima de 70 reais (77 reais, a partir de junho de 2014).
No entanto, um dos valores mais altos pagos a uma família, de 19 membros, foi de 1.332 reais. A quantia repassada pelo Bolsa Família, no ano de 2012, teve valores combinados através do Brasil Carinhoso.
Como o governo sabe quem tem que receber o Bolsa Família?
A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão de dados que tem como objetivo identificar as famílias de baixa renda existentes no Brasil. Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social seleciona as famílias que receberão o benefício.
Quais são as regras para poder receber o benefício?
Podem receber o benefício as famílias em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até 70 reais por mês; aquelas que são consideradas pobres, renda per capita entre 70,01 reais e 140 reais por mês; e as que são pobres ou extremamente pobres e tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos (sendo nesses últimos casos um valor maior do que o fornecido às famílias sem crianças, adolescentes ou gestantes).
Para ser beneficiário, será preciso apresentar um documento de identificação, como o CPF, por exemplo, entrar no Cadastro Único. O cadastramento, no entanto, não significa que o recebimento será imediato. Quem seleciona as famílias que receberão o Bolsa Família é o Ministério do Desenvolvimento Social, com base na renda per capita.
As prefeituras municipais são responsáveis por cadastrar, digitar, transmitir, manter e atualizar a base de dados, acompanhar as condições do benefício e articular e promover as ações complementares destinadas ao desenvolvimento autônomo das famílias pobres do município.
Quais as contrapartidas que a família precisa dar?
Na área de saúde, as famílias devem acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. As mulheres na faixa de 14 a 44 anos também devem fazer o acompanhamento médico. Quando gestantes ou lactantes devem realizar o pré-natal e o acompanhamento de sua saúde e do bebê.
No que diz respeito a educação, todas as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar matriculados e ter frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. Já os estudantes entre 16 e 17 anos devem ter frequência de, no mínimo, 75%.
Na área de assistência social, crianças e adolescentes com até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil devem participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e obter frequência mínima de 85% da carga horária mensal.
De que maneira as contrapartidas são checadas?
Cabe ao poder público fazer o acompanhamento gerencial para identificar os motivos do não cumprimento das condicionalidades. A partir daí, são implementadas ações de acompanhamento das famílias em descumprimento, consideradas em situação de maior vulnerabilidade social.
A família que encontra dificuldades em cumprir as contrapartidas deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) ou a equipe de assistência social do município.
Caso não tome nenhuma dessas atitudes, corre o risco de ter o benefício bloqueado, suspenso ou até mesmo cancelado.
Dos brasileiros que recebem o Bolsa Família, qual a porcentagem de mulheres e de homens?
Entre os titulares responsáveis pelas famílias que recebem, 93% são mulheres. Do total de pessoas que são beneficiadas pelo programa, 56% são mulheres e 44% são homens.
Qual o número de brasileiros que deixaram de precisar do programa e abriram mão do benefício?
Desde o início do programa, em 2003, 1,7 milhão de famílias deixaram o programa por informarem renda per capita mensal superior aos limites estabelecidos.
Há outras iniciativas neste sentido?
O Brasil Sem Miséria lançou a Ação Brasil Carinhoso Para atender as crianças de zero a seis anos – fase crucial do desenvolvimento físico e intelectual. A Ação Brasil Carinhoso foi concebida numa perspectiva de atenção integral que também articula reforço de políticas ligadas à saúde e à educação. Por isso, envolve o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação (MEC).
Em um primeiro momento, foi criado um complemento do benefício do Bolsa Família, que garante que todos os beneficiários tenham uma renda mensal de pelo menos 70 reais, saindo da situação da extrema pobreza. Atualmente, entretanto, esse complemento foi estendido para as famílias com crianças e jovens de até 15 anos e a todas as famílias em situação de extrema pobreza.
Segundo o governo, entretanto, hoje não é mais possível considerar que o complemento do Bolsa Família para famílias em extrema pobreza seja parte do Brasil Carinhoso. Ele é nominado como complemento do Brasil Sem Miséria.
Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff anunciou um reajuste de 10% no Bolsa Família. Como ele será feito?
De acordo com o Decreto nº 8.232, de 30 de abril de 2014, esse aumento terá efeitos a partir de 1º junho de 2014. Assim, o programa passará a atender famílias que tenham renda mensal por pessoa de até 77 reais (extrema pobreza) e famílias com renda per capita entre 77,01 reais e 154 reais (pobreza), desde que, nesse caso, haja crianças, adolescentes, gestantes ou nutrizes.
Assim, os valores mensais pagos às famílias também terão aumento. Enquanto o benefício Básico passa a ser de 77 reais, o Variável aumentará para 35 reais e o Variável Jovem passa a ser 42 reais. Já o para Superação da Extrema Pobreza terá aumento caso a caso, pois deverá ser concedido para famílias que, mesmo após receber os demais benefícios do Bolsa Família permaneçam com renda por pessoa de até 77 reais.
O que garante o Bolsa Família? Uma lei?
O Bolsa Família foi criado por meio da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Sua regulamentação se deu por meio do Decreto nº 5.209, de 17/09/2004.
Como o programa poderia vir a se tornar um direito constitucional?
Criado para atender aos direitos sociais expressos no artigo 6º da Constituição (a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados), o Bolsa Família não é um direito constitucional. No entanto, projeto de lei do pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, prevê que o programa seja incorporado à Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) com objetivo de assegurar o benefício como política pública. Já o presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, prometeu incluir mais famílias no benefício do governo federal.
Há estudiosos do programa que defendem que se o benefício se tornar um direito constitucionalizado deixará de ser uma política pública de governo – ou atrelada a um partido – para se tornar de Estado.