quarta-feira, 16 de novembro de 2016

8º A e B - A República Oligárquica no Brasil (1889 - 1930) - 4º Bimestre (2016)

Vídeo introdutório



República Velha, ou Primeira República, é o nome dado ao período compreendido entre a Proclamação da República, em 1889, e a eclosão da Revolução de 1930.
República da Espada abrange os governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Foi durante a República da Espada que foi outorgada a Constituição que iria nortear as ações institucionais durante a Primeira República. Além disso, o período foi marcado por crises econômicas, como a do Encilhamento, e por conflitos entre as elites brasileiras, como a Revolução Federalista e a Revolta da Armada.
República Oligárquica foi marcada pelo controle político exercido sobre o governo federal pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural mineira, na conhecida “política do café com leite”. Foi nesse período ainda que se desenvolveu mais fortemente o coronelismo, garantindo poder político regional às diversas elites locais do país.
O período marca também a ascensão e queda do poder econômico dos fazendeiros paulistas, baseado na produção do café para a exportação. Além disso, os capitais acumulados com a exportação do produto garantiram o início da industrialização do país, ao menos na região Sudeste.
Essa industrialização proporcionou mudanças na estrutura social brasileira, com a formação de uma classe operária e o crescimento do espaço urbano. As mudanças políticas e sociais, também conhecidas pelo termo modernização, resultaram ainda em agudos conflitos sociais, tanto no campo, como no caso da Guerra de Canudos, quanto nas cidades, como a Revolta da Vacina e as greves operárias na década de 1910.
A crise das oligarquias rurais e a crise econômica mundial, atingindo profundamente a produção cafeeira, representaram a agonia da República Velha. A insatisfação com a eleição de Júlio Prestes, em 1930, deu à elite os motivos para derrubar os fazendeiros paulistas que estavam no poder, através da Revolução de 1930. Era o fim da República Velha e o início da Era Vargas.

Principais características políticas e econômicas do período

- Coronelismo: era o poder político, econômico e social que os “coronéis” tinham sobre a população local. Estes coronéis nada mais eram do que grandes proprietários rurais com influência na política regional.

- Política do café-com-leite: foi a alternância na presidência da República de políticos paulistas e mineiros. Ganhou este nome, pois o café era o principal produto de São Paulo e o leite (também os derivados) era o principal produto dos mineiros.

- Fraudes eleitorais: como o voto era aberto e o sistema eleitoral facilmente manipulado pelos políticos, era comum as fraudes eleitoras, feitas sempre para beneficiar os candidatos apoiados pelos grandes proprietários rurais. Compra de votos, uso de documentos falsos e alterações de cédulas eleitorais eram comuns neste período. O “voto de cabresto” era o sistema em que o coronel, com uso da violência ou pressão de todos os tipos, fazia com que seus funcionários votassem nos candidatos indicados por ele.

- Início do processo de industrialização do país: parte do lucro dos cafeicultores, com a venda do café para o mercado externo, foi usada como investimentos no setor industrial. A região sudeste do país, principalmente a cidade de São Paulo, foi a que mais recebeu estes investimentos e mais se desenvolveu no aspecto industrial.

- Formação da burguesia industrial urbana e do operariado, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro: muitos imigrantes, principalmente italianos, foram morar nestas cidades para trabalhar nas nascentes e promissoras indústrias. Ocorreram também, neste período, muitas greves com a organização do movimento operário, que reivindicava melhores salários e condições de trabalho.

- Política dos Governadores: espécie de acordo feito entre os governadores de estados e o presidente da República. O presidente dava apoio, principalmente nas eleições, aos governadores e, em troca, estes davam sustentação política ao presidente.

- Tenentismo: movimento de caráter político-militar, com grande participação de militares do exército (média e baixa patente), que eram a favor da moralização política do Brasil. O movimento, do início da década de 1920, foi caracterizado por rebeliões e protestos. O mais importante levante tenentista foi a Revolução Paulista de 1924.


Principais movimentos e revoltas sociais do período



Os movimentos sociais deste período foram reflexos da insatisfação de grande parte do povo brasileiro com o controle político das oligarquias e também com os problemas sociais advindos da concentração de renda, pobreza e miséria.

- Cangaço (do final do século XIX até o final da década de 1930)

- Guerra de Canudos (1896 a 1897)

- Revolta da Chibata (1910)

- Guerra do Contestado (1914)

- Revolta da Vacina (1904)

- Coluna Prestes (de 1925 a 1927)


Presidentes da República deste período:

1894 a 1898 - Prudente de Morais

1898 a 1902 - Campos Sales

1902 a 1906 - Rodrigues Alves

1906 a 1909 - Afonso Pena

1909 a 1910 - Nilo Peçanha

1910 a 1914 - Marechal Hermes da Fonseca

1914 a 1918 - Wenceslau Brás

1918 a 1919 - Delfim Moreira

1919 a 1922 - Epitácio Pessoa

1922 a 1926 - Arthur Bernardes

1926 a 1930 - Washington Luís


TREINANDO

1- Proclamada a República inicia-se um novo período na História política do Brasil: “A República Velha ou Primeira República”. A respeito dos primórdios da República é correto afirmar. A fase e o primeiro presidente da República foram respectivamente
a)República Oligárquica e Hermes da Fonseca 
b)República da Espada e Deodoro da Fonseca
c)República da Espada e Floriano Peixoto
d)República Oligárquica e Prudente de Morais
e)República da Espada e Campos Sales.

2- A chamada “Política dos Governadores”, instituída a partir do governo de Campos Salles, caracterizava-se por:
a) permitir que a escolha do Presidente da República fosse resultado de um consenso entre os governadores e desta forma manter o grupo político no poder.
b) tornar os governadores um mero instrumento do poder do Presidente da República e impedir a formação de novas lideranças contrárias ao governo federal;
c) acordo político que consistia na troca de favores entre os governos federal, estadual e municipal para manter os grupos políticos no poder. 
d) tornar os governadores representantes de um federalismo liberal e democrático com objetivo de renovar as lideranças políticas;
e) promover, através dos governadores, a desarticulação das oligarquias locais e promover a renovação dos grupos políticos e lideranças locais.

3- "Não é por acaso que as autoridades brasileiras recebem o aplauso unânime das autoridades internacionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora das epidemias [...]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que no contexto rural [...] significavam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano". Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina.

De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como MOVIMENTOS : 

a) provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.
b) retrógrados, pois as agitações provocadas por estes movimentos populares dificultavam a modernização do país.
c) decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a escravidão e o império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à república.
e) conservadores, porque ameaçavam o avanço do capital norte-americano no Brasil.

4- Os movimentos messiânicos eram mais comuns do Brasil do que imaginávamos. Além de Canudos, várias revoltas envolvendo seguidores destes movimentos eclodiram durante a primeira metade de século passado. Como o Messianismo foi possível?

a)Devido a concentração latifundiária, o estado de miséria dos camponeses, a prática do coronelismo e a forte religiosidade popular.
b)Devido unicamente a religiosidade do sertanejo que encontrava nas práticas do messias um conforto para a vida miserável que estava submetido. 
c)Devido ao grande poder dos líderes messiânicos cujo prestígio era medido pela quantidade de eleitores que controlasse conseguindo desta forma se eleger para os cargos políticos.
d)Em virtude do temor que as profecias dos beatos causavam à população mais pobre, preferindo resignar-se a vida de peregrinações e orações para salvação da alma. 
e)Em razão do clima de insegurança que assolava o campo causado pelo banditismo obrigando a população mais pobre abrigarem-se nos movimentos messiânicos para se proteger.

5-O coronelismo foi uma peça importante da perversa engrenagem que impedia a representatividade política da maioria da população, principalmente a parcela da sociedade mais carente. Podemos definir o coronelismo como:

a)Sistema de poder cujo grupo político que alternava-se no poder federal como forma de garantir a manutenção dos privilégios aos seus respectivos Estados.
b)Sistema de poder que consistia na troca de favores entre o poder estadual e municipal a fim de garantir seus interesses políticos utilizando práticas fraudulentas para vencer as eleições.
c)Sistema de poder no qual o coronel era uma peça secundária e sua participação era ofuscada pela Comissão de Verificação, pois na prática era esta quem declarava os candidatos eleitos.
d)Sistema de poder baseado no coronel o líder político local, grande proprietário de terras que usava jagunços para formar os currais eleitorais, através de práticas de intimidação ao eleitor.
e)Sistema de poder político que arregimentava grande número de seguidores a partir de suas pregações religiosas que convenciam os mais pobres a se submeterem ao seu controle.

6- A Primeira República ou República Velha foi um período da História política do Brasil que se caracterizou pelo afastamento do ideal da República. O que deveria ser um governo para todos na prática era um governo de poucos. Sobre os fatos com os quais podemos caracterizar a Primeira República estão: 
I- Com o “voto de cabresto” os coronéis dominavam as clientelas rurais e manipulavam as eleições; 
II- A política dos governadores consagrava a troca de apoio entre o governo federal e as oligarquias estaduais mantendo o mesmo grupo político no poder.
III- A política do café com leite foi o domínio da sucessão presidencial pelos grandes fazendeiros de Minas Gerais e São Paulo, principalmente os representantes dos cafeicultores paulistas, alternando-se na presidência da República.
IV- O Movimento dos Tenentes - o Tenentismo - que possuía caráter militar contribuiu para consolidar os governos da Primeira República.
V- As fraudes eleitorais eram exceção e não regra neste período, devido ao rigoroso trabalho de fiscalização do processo eleitorado efetuado pela Comissão de Verificação.

Assinale a alternativa verdadeira:
a) Apenas a alternativa I, está correta.
b) As alternativas I,II,III estão corretas.
c) As alternativas I,II,IV e V estão corretas.
d) As alternativas II,III e IV estão corretas.
e) Apenas a alternativa V está incorreta. 

7-Embora fossem movimentos ligados a questão agrária e a falta de justiça no campo Canudos e o Cangaço possuem finalidades distintas. Em relação a esta diferenciação dos objetivos do Cangaço e de Canudos podemos afirmar como correto que:

a)O cangaceiro tinha um fim social na sua prática, pois busca a posse da terra e a justiça social, saqueando e roubando dos ricos para doar aos pobres. Eram considerados os justiceiros pobres.
b)O cangaceiro não tinha nenhum fim social na sua prática, não busca a posse da terra e tampouco a justiça social. Luta simplesmente pela sobrevivência praticando a violência.
c)O cangaceiro é um tipo de bandido social que procura aplicar a justiça contra os desmandos dos poderosos no sertão nordestino.
d)Canudos não tinha nenhum fim social na sua prática, não busca a posse da terra e tampouco a justiça social. Luta simplesmente pela sobrevivência praticando o fanatismo religioso.
e)Canudos tinha um fim social, mas não busca a posse da terra apenas a justiça social mesmo que fosse alcançada por métodos violentos justificados pelo fanatismo religioso.

8- Sobre a Revolta de Canudos, assinale a alternativa INCORRETA. 

a) O seu principal líder foi Antônio Conselheiro.
b) Os sertanejos de Canudos lutavam contra a injustiça e a miséria persistente na região.
c) Caracterizou-se como um movimento de caráter messiânico.
d) A Guerra de Canudos foi tema do livro “Os Sertões”, do escritor Euclides da Cunha.
e) Os revoltosos de Canudos receberam apoio incondicional dos coronéis da região.

9) Os vaqueiros e os peões do interior escutavam o Conselheiro em silêncio, intrigados, atemorizados, comovidos... Alguma vez, alguém o interrompia para tirar uma dúvida. Terminaria o século? Chegaria o mundo ao ano 1900? Ele respondia (...) Em 1896, mil rebanhos correriam da praia para o sertão e o mar se tornaria sertão e o sertão mar (...). Mario Vargas Llosa
O carismático Antonio Conselheiro, de que fala o texto acima, liderou a Revolta de Canudos em 1897. Podemos apontar como principais fatores da revolta:
a) o crescimento e a modernização da economia nordestina.
b) o apoio incondicional do sertanejo à Monarquia.
c) a impossibilidade de adaptação do sertanejo aos valores republicanos.
d) o abandono em que vivia o sertanejo, o coronelismo e a luta pelo acesso à terra.
e) a oposição contra a Igreja Católica, aliada dos monarquistas.

10) (UFRJ97)- “Canudos ficava num cenário que lembrava as paisagens descritas na Bíblia: uma região árida repleta de caatingas, rodeada por cinco serras ásperas e atravessada por um rio, o Vaza-Barris. Decidido a permanecer naquela autêntica fortaleza natural, e isso não deve ter escapado à percepção de Conselheiro, ele e seu grupo entraram em ação para construir uma comunidade onde estivessem livres do incômodo das autoridades religiosas católicas e políticas, bem como das leis republicanas, dos "coronéis", dos juízes, dos impostos, da justiça arbitrária, da política etc”.
(COSTA, Nicola S. Canudos – Ordem e Progresso no Sertão. São Paulo, Moderna, 1990.)
O movimento de Canudos (1896-97), liderado pelo beato Antônio Vicente Mendes Maciel, o "Antônio Conselheiro", no sertão nordestino, é um dos mais conhecidos exemplos de movimentos místico-populares que marcou o início da República no Brasil. As problemáticas sociais que deram vida àquele movimento permanecem, até hoje, em grande parte sem solução.
A) Cite e justifique dois motivos pelos quais o povoado de Canudos incomodava as "autoridades políticas locais e religiosas".


Respostas: 1-b,2-c,3-b,4-a,5-d,6-b,7-b,8-e,9-d.
10) - Permitir o acesso a terra e combater a injustiça.
Ao permitir o acesso a terra a experiência de Canudos acabava na prática com a dependência dos sertanejos aos favores do coronel destruía o esquema de manutenção do poder das elites políticas ao reagir em relação a sujeição da população pobre ao mando dos coronéis e padres representantes do poder vigente.



9º A e B - O mundo do Terceiro Milênio - 4º Bimestre (2016)

Davos X Porto Alegre

No início do século XXI, o embate era nítido. De um lado, os defensores da globalização a qualquer custo; de outro, aqueles que acreditavam que “um outro mundo é possível”. Geograficamente, Davos, na Suíça, e Porto Alegre, no sul brasileiro, explicitavam a enorme distância entre essas duas ideias.

Quatorze anos depois, o Fórum Social Temático, uma atividade militante bianual, entre um Fórum Social Mundial e outro, acontece na mesma Porto Alegre, mas sem o mesmo comparecimento de outras edições, que agitavam corações e mentes mundo afora. Para se ter uma ideia, na edição de 2003, quando Lula marcou presença na condição de presidente eleito, o centro de imprensa credenciou mais de 2.300 jornalistas de diferentes veículos locais e globais. Hoje, as informações sobre o Fórum Social Mundial se resumem a sites e blogues ligados às questões que comovem os movimentos sociais e ambientais, mas carecem de ampla participação. A próxima edição do Fórum Social Mundial em 2015, na Tunísia, dirá se a articulação global mantém força suficiente para enfrentar os grandes temas mundiais.

Já Davos, parece ter crescido em número e importância. São quase 40 chefes de estado e de governo que darão o ar da graça nas montanhas geladas da Suíça, além de uma centena de CEOs das maiores multinacionais do mundo, especialmente do sistema financeiro. Dilma Rousseff é a segunda presidente brasileira a comparecer – sucede Lula, que pretendeu levar a Davos, em 2003, a mensagem de Porto Alegre.

Mas essa vitalidade de Davos, que ganha as páginas dos principais jornais e revistas de economia do planeta, tem mais a ver com a contradição de base que um encontro desse tipo promove. Alertados pela desigualdade galopante em boa parte do mundo, já há anos os organizadores se debruçam sobre estatísticas que, de alguma forma, sensibilizem os investidores e os donos do capital a mudarem suas estratégias de ganho total e permanente. Na prática, é uma espécie de cruzada para que governos e empresas entendam que pobreza não combina com desenvolvimento social e, a médio prazo, se pode estar produzindo uma bomba relógio global.

Não é à toa que até o Papa Francisco enviou uma mensagem aos organizadores pedindo que os participantes do Fórum reflitam sobre as consequências de um sistema injusto como o capitalismo. Já Dilma Rousseff vai falar sobre aquilo que acredita, ou seja, dos avanços sociais de seu governo e da mão sempre estendida para os investimentos externos. Aliás, apesar do tom pessimista que cerca os analistas econômicos em relação ao Brasil, repercutidos diária e incansavelmente pela grande imprensa verde-amarela, o certo é que o país não está tão mal na fita.

Com a palavra, Stephen Rose, diretor da LatinCo, empresa britânica que auxilia instituições europeias a investir no Brasil e presença constante em Davos: “O pessimismo com o Brasil é um pouco exagerado, mas investidores estão certos em questionar a capacidade do governo de trabalhar com a iniciativa privada. O problema maior é que todo mundo fala em pessimismo o tempo todo. Para as pessoas que estão interessadas em investir, que é o meu negócio, isso é o que fica”. Porém, ele acredita que os investidores internacionais estão abertos a mudar de opinião. “Eu acho que há o começo do sinal de mudanças. Há o começo de um pequeno otimismo no Brasil”, diz. “Há pessoas indo a Davos que pensam: ‘será que o pessimismo atual não é exagerado?'”.

Para Irene Mia, diretora de América Latina e Caribe da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), “o fato de Dilma ir a Davos é bastante importante. É um sinal de um certo desespero do Brasil de dizer ao mundo que o país está aberto para negócios e que há bom potencial para investimentos. E sendo sincero, ainda há muitas oportunidades”.

Por outro lado, as expectativas criadas pelas grandes manifestações de rua de junho passado, parecem sonolentas diante da magnitude que alcançaram naquele momento onde tudo era possível de se reivindicar, à esquerda e à direita. Assim, a realização de um Fórum Social Temático revela que a sociedade civil e, principalmente, os movimentos organizados andaram mais devagar do que os organizadores de Davos, mais preocupados agora em buscar saídas onde ofereçam os dedos mas não percam as mãos. A mesma mão invisível do mercado.



Movimentos sociais na era da internet

Ao mesmo tempo em que o sociólogo espanhol Manuel Castells falava em mais uma palestra do evento Fronteiras do Pensamento, que aconteceu no Teatro Geo na terça-feira desta semana, em São Paulo, a tensão entre manifestantes contra o aumento da passagem de ônibus e a polícia militar chegava às vias de fato a poucos quilômetros dali, na Avenida Paulista. Não estava alheio ao que acontecia na cidade, ao citar o protesto paulistano como uma das inúmeras manifestações de uma indignação que, nos últimos cinco anos, tem começado em um novo espaço social, a internet, para depois chegar às ruas, em massa.

O sociólogo é um dos principais acadêmicos a compreender esta mudança, que é o tema de seu novo livro, chamado Redes de Indignação e Esperança – Movimentos Sociais na Era da Internet, que deve sair no Brasil em setembro, pela editora Zahar. O livro também foi a base para sua conferência, em que começou explicando que qualquer manifestação política começa em nossas mentes para depois materializar-se na prática. “A forma como pensamos, determina a forma como atuamos. Portanto, o que realmente condiona o comportamento da sociedade é o que ocorre em nossas mentes”, explicou. Falou sobre o papel da coerção do estado para manter o poder (“uma tradição que começa em Maquiavel e que foi formalizada melhor por Max Weber”, disse) e como apenas o monopólio da violência – válido ou não – torna este mesmo estado débil. “Pois ao mesmo tempo há outra tradição, que inclui Bertrand Russell, Foucault e também Gramsci, que insiste no papel decisivo da persuasão para a manutenção do poder, pela maneira implícita e explícita de influenciar nossa maneira de pensar”, explicou, antes de cravar que “afinal, manipular as mentes é muito mais eficaz do que torturar os corpos”.

Com esta introdução ele explicou que a atuação do poder – de qualquer natureza, político, econômico, militar, tecnológico, etc. – não acontece sozinha, e sim com a participação da sociedade civil. “Nossas mentes vivem imersas em um ambiente de comunicação, onde construímos nossa forma de pensar e, portanto, de fazer o que fazemos”, considerou, lembrando que, com a chegada das tecnologias digitais, não temos mais como fugir deste ambiente – cada vez mais intenso, veloz e, portanto, mais decisivo para definirmos nossas posições e preferências, tanto quanto indivíduos como sociedade.

Eis o centro de sua palestra: o impacto que estas novas tecnologias imprimiram primeiro à sociedade, depois aos meios de comunicação – ou à “arena da comunicação”, frisando que não mais podemos separar o público dos grupos que antes controlavam este debate – e, finalmente, aos poderes políticos constituídos. “O poder político é construído no espaço da comunicação”, frisou, “este é o espaço em que se joga o poder”. Exemplificou o impacto da internet na sociedade moderna, primeiro em números, citando que há quase o mesmo número de linhas de telefones celulares ativas no mundo que de pessoas (“Sem nos esquecer que bebês – ainda – não usam celulares”, brincou), e como a evolução do digital e das tecnologias móveis aceleram um processo que está mudando a cara da política. “A humanidade está conectada”, atestou, “e isso aconteceu num espaço duas décadas, sobretudo nos últimos dez anos.”

Lamentou a crise do jornalismo, agente que funcionaria como mediador entre os poderes e as pessoas, mas que tem perdido o contato com o público por não saber dialogar com a nova realidade digital e estar obcecado com números de audiência – antes fáceis de ser conseguidos e que agora dispersam-se pois os espectadores e leitores não são mais “vegetativos” – como explicitou no caso do público da TV – e que consomem muito mais informação que antes, por canais diferentes. “O uso da internet se aprofundou pois novos espaços sociais de interação foram ocupados, cada vez mais personalizados”, continuou, listando redes sociais e enfatizando que o até o e-mail já perdeu seu espaço. “Há mais de 500 milhões de blogs atualizados diariamente, a maioria na China, e as redes sociais, hoje onipresentes, existem há menos de dez anos”, além de salientar que a internet se tornou um espaço multicultural, em que o inglês, por exemplo, perdeu a dominância: “Menos de 29% da internet é escrita em inglês”, reforçou.

Este novo cenário resulta na crise total do negócio tradicional da comunicação, disse Castells. “Ninguém ainda encontrou a resposta para a questão da perda do monopólio nas transmissões das mensagens. Todos os grandes meios de comunicação em todo o planeta estão em profunda crise empresarial, pois tentam se apropriar de um modelo que não entendem. É um problema mental – e generalizado no mundo todo. A internet é ativa, os outros meios eram passivos”, refletiu.

Castells também falou sobre como enfraquecimento dos meios tradicionais de comunicação afetou a política, que hoje busca um rosto para representar o poder, não apenas ideologias ou partidos. Disse que isso acontece pois há uma crise de representação de poder que encontra eco nos novos espaços sociais e faz que a sociedade se pergunte sobre seu papel nestes novos tempos.

O novo cenário é composto não apenas de veículos de comunicação de massa e ambientes digitais que permitem discussões entre as pessoas, mas de uma nova forma de comunicação, que chama de “autocomunicação de massas”. Ele explica o termo: “É de massas porque pode alcançar, potencialmente, milhões e milhões de pessoas. Não ao mesmo tempo, mas uma pequena rede se conecta a muitas redes que se conecta a muitas redes e se chega a todo o mundo”, definiu, “e é ‘auto’ porque há autonomia na emissão das mensagens, na seleção da recepção das mensagens, na criação de redes sociais específicas. Assim, a capacidade de encontrar informação é ilimitada, se você tem critérios de busca – que não são tecnológicos e sim metais ou intelectuais.”

E a partir daí começou a conclusão de sua conferência, explicando que movimentos como o que propôs a criação coletiva da constituição da Islândia, os Indignados na Espanha, o Occupy Wall Street nos Estados Unidos, a Primavera Árabe e o grupo Anonymous são parte de um mesmo movimento, coletivo e global, que não é político e sim social. “São estes movimentos, sociais e não políticos, que realmente mudam a história, pois realizam uma transformação cultural, que está na base de qualquer transformação de poder”, salientou.

Disse que estes movimentos começam na internet mas não são essencialmente digitais. “Eles só tornam-se visíveis e passam a existir de fato quando tomam as ruas”, explicou, reforçando que estes movimentos acontecem há apenas cinco anos e que eles não têm lideranças, que repudiam a violência e que embora não tenham objetivo definido, encontrem coincidências e semelhanças ao indignar-se. “São movimentos emocionais e que se unem pela recuperação de uma dignidade que se perdeu. Às vezes eles começam pequenos e parecem que se mobilizam por pouca coisa, mas que funcionam como apenas uma gota a mais em uma indignação que existe em todos os setores sociais, que as pessoas não aguentam mais”, realçando que isso pode ser a construção de um shopping para turistas na praça Taksim na Turquia ou no aumento de centavos nas passagens de ônibus em São Paulo. “Centenas de milhões de pessoas já participaram destes movimentos”, continua, “e são movimentos que podem ter saído das ruas, mas não desapareceram. Eles continuam online. Quando vem a repressão física, eles se retiram das ruas, rediscutem online. Não têm líderes nem programa, mas têm a capacidade de resistir e de renascer a qualquer momento. Isso só acontece porque há a capacidade de autocomunicação de massa que os permitiu existir”.

E conclui: “A palavra ‘dignidade’ aparece em todos os países, em todos estes movimentos, em diferentes países e culturas. Eles não têm uma reivindicação concreta, mas querem o reconhecimento da própria dignidade, pois as pessoas não se vêem reconhecidas como pessoas ou cidadãos”. Castells reforçou que as semelhanças entre movimentos que partem de causas tão distintas apenas enfatizam seu papel no século 21 – e compara o que está acontecendo nos últimos anos com o que aconteceu nos últimos 40 anos no que diz respeito às mulheres, sem se referir a um autor, ideologia ou movimento feminista específico. “Foi um movimento coletivo, em que todas as mulheres do mundo decidiram abandonar o papel de sujeitada para assumirem o papel de sujeitas da história”, reforçou, lembrando os avanços da ascensão do papel da mulher na sociedade na última metade de século, principalmente em comparação a milênios de história. E, segundo ele, isso está acontecendo de novo, nesta nova forma de manifestação social – que demanda mudanças culturais mais do que políticas.

O império estadunidense


A construção de um império, em particular um império capitalista no início do século XXI, requer uma elaborada arquitetura militar, para poder expandir, proteger e consolidar os grandes interesses econômicos, essenciais para os impérios modernos. Enquanto os "teóricos globalistas" escrevem sobre as "classes dominantes mundiais" e o "fim do Estado-nação", o aparato militar do Estado imperial tem crescido enormemente durante a última década e tem uma importância fundamental para promover e proteger as corporações, os bancos e as empresas de importação-exportação baseadas nos EUA. 

O objetivo deste artigo é descrever e analisar o alcance, a profundidade e a estratégia do aparato militar dos EUA na América Latina - destacar seus múltiplos enlaces e controles sobre os militares e como estes controles se dirigem a aumentar o poder do Estado imperial norte-americano. As vastas operações dos militares dos EUA e o êxito alcançado em forjar instituições militares dependentes, mediante uma complexa rede de programas e atividades conjuntas, refutam a retórica sem sentido sobre o governo das "corporações globais". Para demonstrar a importância do militar, este artigo se centrará no Império norte-americano na América Latina. 

Em um primeiro momento, analisar-se-ão os interesses econômicos estratégicos dos EUA e a justificação ideológica da expansão militar norte-americana na América Latina. Posteriormente, centrar-se-á na arquitetura do império militar, especialmente no estabelecimento de relações de dependência ou mercenárias. Dando seqüência a essa análise, serão tratados os objetivos operativos e a propaganda desenhada para legitimar a militarização da política latino-americana submetida à tutela
dos EUA. Na conclusão, será discutido o fenômeno duplo da expansão do controle militar dos EUA e o fortalecimento do papel dos militares nas decisões sobre as prioridades da política latino-americana; o impacto sobre o sustento e as estruturas do sistema político; e o papel do Império norte-americano em esboçar a política inter-americana. 

As instituições militares estratégicas, assim como as políticas dirigidas à América Latina, têm sido detalhadas sucintamente pelo General Peter Pace, Infantaria da Marina dos EUA, Comandante Chefe do Comando Sul dos EUA (em inglês US SOUTH COM). A área de responsabilidade do US SOUTH COM abraça toda a América Central e a América do Sul, Caribe e as águas que a rodeiam, totalizando mais de 15,6 milhões de milhas quadradas e mais de 404 milhões de pessoas. Este informe se baseia no testemunho do General Pace frente ao Comitê de Serviços das Forças Armadas do Senado dos EUA em 27 de março de 2001.



PARA REFLETIR NÃO APENAS NO MÊS DE NOVEMBRO, MAS SEMPRE!!

Vídeos que nos levam a refletir:

Muito louco, fiquei perturbado com o da União Europeia
Esse é pra entender como o preconceito e o racismo estão ligados a história (única)

Racismo estrutural - que loucura, digo, que lógica perversas.

Racismo por Emicida.

Teste 1!

Teste 2!


PALAVRAS DE UM ESTUDANTE

Felipe Cândido Silva, aluno do Ensino Médio da Escola Professor Souza da Silveira, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi premiado no Concurso de Redação Folha Dirigida 2009. Felipe escreveu sobre o racismo no Brasil.
Confira:
Programa de reflexões e debates para a Consciência Negra
Por Felipe Cândido da Silva
Todos sabemos que no mundo há grandes diferenças entre  pessoas e que, por estupidez e ignorância, cria-se o preconceito, que gera muitos conflitos e desentendimentos, afetando muita gente. Porém, onde estão os Direitos Humanos que dizem que todos são iguais, se há tanta desigualdade no mundo?
Manchetes de jornais relatam: “Homem negro sofre racismo em loja”; “Mulheres recebem salários mais baixos que os homens”; “Rapaz homossexual é espancando na rua”; “Jovens de classe alta colocam fogo em mendigo”; “Hospitais públicos em condições precárias não conseguem atender pacientes”; “Ônibus não param para idosos”. “Escola em mau estado é interditada e alunos ficam sem aula”; e muitas outras barbaridades. Isso mostra que os governantes não estão fazendo a sua parte.
Mas pequenos gestos do dia a dia – como preferir descer do ônibus quando um negro entra nele; sentar no lugar de idosos, gestantes e deficientes físicos, humilhar uma pessoa por sua religião, opção sexual ou por terem profissões mais humildes – mostram que também precisamos mudar.
A questão da etnia vem sendo discutida no mundo todo, inclusive no Brasil, que é um país mestiço, onde ocorre a mistura, principalmente, de negros, brancos e índios. Por mais que se diga que todas as pessoas são iguais, independente da cor de sua pele, o racismo continua existindo. Músicas, brincadeiras, piadas e outras formas são usadas para discriminar os negros. Até mesmo a violência se faz presente, sem nenhum motivo lógico.
As escolas fazem sua parte criando disciplinas que mostram a importância que cada cultura tem para a cultura geral do  país. E educando as crianças para que não cometam os mesmos erros dos mais velhos, pois preconceito se aprende, ninguém nasce com ele.
Enfim, cada pessoa pode fazer a sua parte, acabando com qualquer tipo de discriminação que existe, com qualquer tipo de preconceito que sente, percebendo que todos nós somos iguais, independente de raça, credo, idade, condição social ou opção sexual. Esse é o primeiro passo para que cada um respeite os direitos dos outros. O direito de um acaba quando começa o do outro. E com a população conhecendo seus direitos e praticando seus deveres ela fica mais unida. E a voz que grita para que os direitos humanos sejam exercidos soará bem mais alta, pois já diz o ditado: “A união faz a força”.
Gostou do texto, comente, escreva um também, incentive outros colegas a refletirem sobre o tema.

REFLITAM!!

domingo, 6 de novembro de 2016

DICAS PARA CONFECÇÃO DOS TRABALHOS SOBRE O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA

SOBRE DADOS ESTATÍSTICOS:


SOBRE DADOS POPULAÇÃO CARCERÁRIA:

SOBRE ARGUMENTOS PARA ENTENDER O RACISMO:


SOBRE MASCARAS AFRICANAS:
SOBRE SINCRETISMO:
SOBRE ESCOLARIZAÇÃO:
SOBRE RENDA:
PESQUISEM E TIREM UM 10!!!

sábado, 5 de novembro de 2016

9º A e B - Brasil: a construção da democracia - 4º Bimestre (2016)

Antes de mais algo, o essencial!!
Assista na integra o debate (que é longo) que não foi ao ar em horário nobre, e depois assista o editado pela GLOBOmente!
O "debate" que foi ao ar em horário nobre, percebam o esquema de benefício a Collor.
PARA ENTENDER MESMO O QUE ANTECEDEU AS ELEIÇÃO DE COLLOR ASSISTA O DOCUMENTÁRIO DA BBC DE LONDRES ABAIXO:
Documentário proibido de ser veiculado no Brasil pela GLOBOmente, o documentário foi reproduzido por vários seguimentos da sociedade que criticam a ação das emissoras de TV no Brasil, mas nunca foi veiculado em canal aberto.
Leia mais sobre o assunto AQUI e AQUI e AQUI também.
Entenda o AQUECENDO
Bacana esse vídeo, o rapaz é bem didático (é a cópia de 1989 contra Lula e a favor de Collor).

INTRODUÇÃO
Fernando Collor de Mello (1990 - 92)



Fernando Collor de Mello nasceu em 1949, no Rio de Janeiro. Proveniente de uma tradicional família de políticos, Collor passou a adolescência em Brasília e se graduou em economia pela Universidade de Brasília. No ano de 1973, ele foi para Alagoas e assumiu o jornal Gazeta de Alagoas, pertencente à sua família.

Em 1979, foi nomeado prefeito de Alagoas pelo Governo Militar. Passados três anos, Collor foi eleito deputado federal pelo PDS (Partido Democrático Social). No ano de 1986, concorreu e venceu as eleições para governador de Alagoas. Em seu mandato ganhou notoriedade por combater os “marajás”, funcionários públicos acusados de receberem salários astronômicos.

Nas eleições presidenciais de 1989, Fernando Collor se filiou ao desconhecido Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e criou uma chapa para concorrer ao cargo de presidente. Contrariando os prognósticos daquela disputa eleitoral, Fernando Collor venceu as eleições e se sagrou como o primeiro Presidente da República eleito pelo voto direto após o fim da ditadura militar.
Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito em uma eleição direta no Brasil, quase trinta anos após o último processo eleitoral feito em regime democrático em nosso país. Essa eleição, que aconteceu em 1989 e que marcava a volta dos brasileiros às urnas escolheria quem assumiria o posto do então presidente José Sarney. Essa importância histórica faz com que seja necessário um resumo sobre o governo Collor.

Naquela época os candidatos que concorreram ao lado de Fernando Collor de Mello (PRN) foram: Mario Covas (PSDB), Paulo Maluf (PDS), Ulisses Guimarães (PMDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Roberto Freire (PCB).

Primeiro governo civil brasileiro, eleito por voto direto desde 1960. Foi também o primeiro escolhido dentro das regras da Constituição de 1988, com plena liberdade partidária e eleição em dois turnos. Collor, ex-governador de Alagoas, político jovem e com amplo apoio das forças conservadoras, derrotou no segundo turno da eleição, Luiz Inácio “Lula” da Silva, migrante nordestino, ex-metalúrgico e destacado líder da esquerda.

Entre suas promessas da campanha estão a moralização da política e o fim da inflação. Para as elites, ofereceu a modernização econômica do país consoante a receita do neoliberalismo. Prometeu a redução do papel do Estado, a eliminação dos controles burocráticos da política econômica, a abertura da economia e o apoio às empresas brasileiras para se tornarem mais eficientes e competitivas perante a concorrência externa.


PLANO COLLOR

No dia seguinte ao da posse, ocorrida em 15 de março de 1990, o Presidente lançou seu programa de estabilização, o plano Collor, baseado em um gigantesco e inédito confisco monetário, congelamento temporário de preços e salários e reformulação dos índices de correção monetária. Em seguida, tomou medidas duras de enxugamento da máquina estatal, como a demissão em massa de funcionários públicos e a extinção de autarquias, fundações e empresas públicas. Ao mesmo tempo, anunciou providências para abrir a economia nacional à competição externa, facilitando a entrada de mercadorias e capitais estrangeiros no país.

Os planos de modernização econômica e de reforma administrativa são bem recebidos, em geral. As elites políticas e empresariais apoiaram a desregulamentação da economia e a redução da intervenção estatal no setor.


CORRUPÇÃO

Mas, já em 1991, as dificuldades encontradas pelo plano de estabilização, que não acabou com a inflação e aumentou a recessão, começaram a minar o governo. Circulam suspeitas de envolvimento de ministros e altos funcionários em uma grande rede de corrupção. Até a primeira-dama, Rosane Collor, dirigente da LBA, foi acusada de malversação do dinheiro público e de favorecimento ilícito a seus familiares.

As suspeitas transformaram-se em denúncias graças a uma intensa campanha da imprensa. Em 25 de abril de 1992, Pedro Collor, irmão do Presidente, deu uma explosiva entrevista à revista “Veja”. Nela, falou sobre o “esquema PC” de tráfico de influência e de irregularidades financeiras organizadas pelo empresário Paulo César Farias, amigo de Collor e caixa de sua campanha eleitoral. A reportagem teve enorme repercussão e a partir daí surgiram novas revelações sobre irregularidades no governo. Em 26 de maio, o Congresso nacional instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de irregularidades. Logo depois, a revista “ISTOÉ” publicou uma entrevista de Eriberto França, motorista da secretária de Collor, Ana Acioli. Ele confirmou que as empresas de PC faziam depósitos com regularidade nas contas fantasmas movimentadas pela secretária. Essas informações atingiram diretamente o Presidente.


IMPEACHMENT

Que feio, vazou antes da humilhação, covarde!!

Surgiram manifestações populares em todo o país. Os estudantes organizaram diversas passeatas pedindo o Impeachment do Presidente. Depois de um penoso processo de apuração e confirmação das acusações e da mobilização de amplos setores da sociedade por todo o país, o Congresso Nacional, pressionado pela população, votou o impeachment (impedimento) presidencial. Primeiramente, o processo foi apreciado na Câmara dos deputados, em 29 de setembro de 1992, e, depois, no Senado Federal, em 29 de dezembro de 1992. O Parlamento decidiu afastar Collor do cargo de Presidente da República e seus direitos políticos são cassados por oito anos. Foi também denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de formação de quadrilha e de corrupção.


Itamar Franco (1992 - 1995)


Itamar Franco foi engenheiro, político brasileiro, prefeito de Juiz de Fora, senador, governador do Estado de Minas Gerais e o 33º presidente do Brasil (1992 e 1994). Seu legado inclui a participação na iniciativa para equilíbrio da crise hiperinflacionária que assolava o Brasil há três décadas, bem como pelo equacionamento da dívida mineira quando foi governador.

Itamar Augusto Cautiero Franco nasceu em 28 de junho de 1930, a bordo de um navio, enquanto sua mãe, viúva recentemente, fazia o traslado do Rio de Janeiro a Salvador. Por esse motivo, o registro civil esta na capital baiana.

Filho de Augusto César Stiebler Franco e Itália América di Lucca Cautiero, Itamar cresceu em Juiz de Fora (MG), onde estudou Engenharia Civil e Eletrotécnica na Escola de Engenharia de Juiz de Fora.

Em 1958, Itamar Franco se filia ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); contudo, sua primeira vitória política viria sob o Regime Militar, quando adere ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e se elege prefeito de Juiz de Fora, no ano de 1967, reeleito em 1972. Renunciou o cargo em 1975, para candidatar (e vencer) ao Senado Federal por Minas Gerais.

Nos anos de 1976 e 1977, é eleito vice-líder do partido MDB, mas, com o pluripartidarismo reinstituído em 1980, Itamar filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sendo eleito senador em 1982.

Itamar Franco assumiu a presidência após o Impeachment de Fernando Collor de Mello de forma interina entre outubro e dezembro de 92, e em caráter definitivo em 29 de dezembro de 1992. O Brasil vivia um dos momentos mais difíceis de sua história: recessão prolongada, inflação aguda e crônica, desemprego, etc. Em meio a todos esses problemas e o recém Impeachment de Fernando Collor de Mello, os brasileiros se encontravam em uma situação de descrença geral nas instituições e de baixa auto-estima.
O novo presidente se concentrou em arrumar o cenário que encontrara. Itamar procurou realizar uma gestão transparente, algo tão almejado pela sociedade brasileira. Para fazer uma gestão tranquila, sem turbulências, procurou o apoio de partidos mais à esquerda.

PLEBISCITO

Em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição, o governo fez um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. O povo decidiu manter tudo como estava: escolheu a República (66% contra 10% da Monarquia) e o Presidencialismo (55% contra 25% do Parlamentarismo).


PLANO REAL

No governo de Itamar Franco foi elaborado o mais bem-sucedido plano de controle inflacionário da Nova República: o Plano Real. Montado pelo seu Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, o plano visava criar uma Unidade Real de Valor (URV) para todos os produtos, desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real. Desta forma, cada URV correspondia a US$ 1. Posteriormente a URV veio a ser denominada “Real”, a nova moeda brasileira. O Plano Real foi eficiente, já que proporcionou o aumento do poder de compra dos brasileiros e o controle da inflação.


Mesmo tendo sofrido as conseqüências das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, entre 1993 e 1994, em virtude de denúncias de irregularidades no desenvolvimento do Orçamento da União, Itamar Franco terminou seu mandato com um grande índice de popularidade. Uma prova disso foi o seu bem-sucedido apoio a Fernando Henrique Cardoso na sucessão presidencial.

CRÍTICA



Fernando Henrique Cardoso (FHC) (1995 - 2003)


Fernando Henrique Cardoso governou o Brasil durante oito anos, de 1995 a 2002. Foi o primeiro presidente da República a governar por dois mandatos consecutivos.

FHC, como é conhecido, teve notoriedade com o plano real. Como Ministro da Fazenda no Governo de Itamar Franco, ele reuniu um grupo de economistas que elaborou um plano capaz de estabilizar a economia. Com uma moeda estável, o país pode voltar a crescer nos governos subsequentes.

Um ano depois, FHC era eleito Presidente da República já no primeiro turno. Derrotou seu principal adversário, Luís Inácio Lula da Silva, com mais de 54% dos votos válidos.

NOVA MOEDA: REAL

Em 1º de julho de 1994 passou a vigorar a nova moeda do país, o Real. O Banco Central fixou uma paridade entre o Real e o Dólar, a fim de valorizar a nova moeda. Um Real era o equivalente a Um Dólar.

O Plano Real animou empresários e a população, e impulsionou o consumo interno. Mas o que era festa, virou preocupação para o governo. Com o consumo em alta, temia-se a volta da inflação, que acabou não ocorrendo.

PRIMEIRO MANDATO

Fernando Henrique tomou posse em 1º de janeiro de 1995, sucedendo ao presidente Itamar Franco. Com o sucesso da nova moeda, a principal preocupação era controlar a inflação. Para isto, o governo elevou as taxas de juros da economia

Outra iniciativa de destaque de FHC foi privatizar empresas estatais, como a Vale do Rio Doce e Sistema Telebrás. Enfrentou muitas críticas de vários setores da sociedade, principalmente de partidos de oposição, como o PT (Partido dos Trabalhadores).

Surgiram muitas denúncias relacionadas às privatizações, de favorecimentos para determinadas empresas internacionais na compra das estatais. Porém, não impediram o plano do governo de levantar verbas para promover as reformas necessárias no plano político.

Parafraseando o MPF: "TEMOS PROVAS, MAS NÃO TEMOS CONVICÇÃO)

Em 1997, foi aprovada pelo Congresso uma emenda constitucional permitindo a reeleição para cargos executivos: Presidente da República, Governadores e Prefeitos. Manobra política que beneficiaria FHC nas eleições de 1998.

Outra vez o governo foi acusado de corrupção, por compra de parlamentares em troca do voto favorável à proposta de reeleição. A oposição tentou criar CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias, mas não houve sucesso.


Partidos políticos como o PT, PDT e PSB questionaram duramente a política de privatização das empresas nacionais. Líderes partidários através da oposição tentaram mostrar que a venda de grandes empresas públicas era realizada para fins corruptivos e prejudicaria o crescimento econômico brasileiro. Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola foram as figuras da esquerda política que mais demonstraram oposição ao governo de FHC.

Além dos partidos de oposição, o governo brasileiro enfrentou outros sérios problemas. As revoltas no campo realizadas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), reivindicando a reforma agrária, foram movimentos oposicionistas à política do presidente brasileiro. O confronto na região de Corumbiara no Estado de Rondônia e o de Carajás no Pará foram os mais violentos. Camponeses, que exigiam a distribuição de terras improdutivas, entraram em choque com as forças policiais, que pretendiam impedir a invasão de áreas particulares.

MASSACRE DE ELDORADOS DOS CARAJÁS

Resultado de uma política que não visava trazer garantias aos trabalhadores.

O massacre de Eldorado dos Carajás não é um episódio isolado. Ele tornou-se símbolo do padrão recorrente de violações de direitos humanos e injustiças cometidas contra camponeses, trabalhadores e trabalhadoras rurais, povos indígenas e populações tradicionais como quilombolas, pescadores, ribeirinhos, seus advogados e defensores de

direitos humanos engajados nas lutas pelo direito à terra e recursos naturais no Brasil. A Anistia Internacional Brasil tem acompanhado em especial o caso de Laísa Santos Sampaio. A irmã e o cunhado (Maria e José Claudio do Espirito Santo) de Laísa foram assassinados em maio de 2011 em Marabá, Pará, por sua denúncia da grilagem de terras e destruição da floresta. Desde então, Laísa está ameaçada de morte.

Em 2015, o Brasil registrou o maior número de mortes por conflitos por terra dos últimos 12 anos. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 50 assassinatos, 144 pessoas ameaçadas e 59 tentativas de homicídio em conflitos no campo. Os estados de Rondônia, Pará e Maranhão concentram 90% desses casos.

Somente no estado do Pará, entre 1964 e 2014 (40 anos), foram registrados 947 assassinatos de trabalhadores rurais, lideranças, religiosos e advogados. As regiões sul e sudeste do estado apresentam os índices mais altos de violência e concentram a maioria dos assassinatos de trabalhadores e lideranças ruais.

A impunidade estimula a continuidade destes crimes. Dos 40 municípios do sul e sudeste do Pará, 30 possuem taxa de 100% de impunidade em relação aos assassinatos de trabalhadores rurais nos últimos 43 anos.ii “São raros os casos de assassinatos no campo que vão a júri, mais raro ainda que os responsáveis sejam condenados, e muito mais raro que os condenados cumpram pena. A impunidade, a lentidão nas desapropriações e no cumprimento das demarcações de terras previstas na Constituição Federal favorecem a violação de direitos fundamentais”, destaca Roque.

SEGUNDO MANDATO

Calcado na estabilidade econômica e controle da inflação, Fernando Henrique conseguiu se reeleger, em 1998. Disputou a eleição e venceu novamente no primeiro turno.

Entretanto, seu segundo mandato começou em meio a crises. O país estava mergulhado em uma recessão econômica. Para controlar a inflação, as medidas desestimularam o consumo interno e, consequentemente, elevaram o desemprego.

Para piorar, uma crise internacional atingiu o Brasil no início de 1999. Os investidores, receosos, tiraram bilhões de dólares do Brasil. Não houve como manter a paridade Dólar/Real. O governo foi obrigado a desvalorizar a moeda e também recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Com os empréstimos do FMI em mãos, teve de adotar um rígido controle sobre os gastos públicos, diminuir investimentos públicos e elevar ainda mais as taxas de juros.

Em 2000, foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101), que contribui de forma expressiva para o controle das contas públicas em todo o país. (PRIMEIRO INDÍCIO DA PEC 241)

Em 2001, o governo se viu abalado novamente, desta vez com uma crise política. Três senadores da base aliada foram desmascarados com uma série de denúncias e acabaram renunciando ao mandato, são eles: Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda.

Ainda em 2001, ocorreu o chamado “apagão”. Foi uma crise nacional que afetou o fornecimento e a distribuição de energia elétrica. A população teve que reduzir o consumo de energia. Foi estipulada uma meta mínima de consumo, que todos deveriam cumprir: residências, indústrias, comércio, etc.

QUEM ROUBOU MAIS?? NEM PRECISA CHAMAR O PROF. DE MATEMÁTICA, NÉ? LEMBRANDO QUE, NÃO SIGNIFICA LEGITIMAR O ROUBO, MAS IDENTIFICAR A INJUSTIÇA!!

Luiz Inácio Lula da Silva (2003 - 2010)

Presidente da República Federativa do Brasil desde 1º de janeiro de 2003. Candidato da aliança PT, PL, PCdoB, PCB e PMN, foi eleito no segundo turno em 27 de outubro de 2002 com 61,2% dos votos válidos, 52,79 milhões de votos.

Quebrando protocolos e perto dos seus!!

A 5ª CAMPANHA DE LUIZ INÁCIO (1989, 1994, 1998 e 2002), A 1ª COMO PRESIDENTE
Eleito presidente com 52,79 milhões de votos, o petista Luiz Inácio Lula da Silva foi saudado com as melhores expectativas pela esquerda brasileira e estrangeira. Era a quarta vez, em 2002, que enfrentava uma campanha pelo Palácio do Planalto, talvez a última, se perdesse. O historiador Eric Hobsbawn definiu a vitória do ex-sindicalista como "um dos poucos eventos do começo do século 21 que nos dá esperança para o resto deste século". Em Londres, em 14 de julho de 2003, o sociólogo Anthony Giddens manifestou o otimismo que o presidente transformasse não apenas o Brasil, mas "o mundo".
Por ora, sabe-se que o governo Lula mudou a história do Partido dos Trabalhadores, até então pautada pela bandeira da ética na política. Denúncias de corrupção e caixa dois acumularam-se na segunda metade do mandato, fazendo soar a palavra "impeachment". Para espanto da oposição, os sucessivos meses de ataques em CPIs a parlamentares petistas, aliados e integrantes do governo federal não conseguiram abalar a preferência do eleitorado por Lula, estável em cerca de 40% das intenções de voto.
Aos 60 anos, o petista está na quinta campanha para presidente. Pela primeira vez, vai rechear sua biografia na propaganda com o que fez e será cobrado pelo que deixou de fazer no poder. A aposta era alta, da parte do próprio Lula. "Qualquer outro presidente da República pode ser eleito e não fazer nada, que o povo já está acostumado, mas nós não temos esse direito, porque tem gente que carrega a nossa bandeira há 10, 20, 30 anos", ele declarou em Fortaleza, em 24 de outubro de 2002. "Quero provar que metalúrgico é capaz de governar este país melhor do que a elite brasileira conseguiu nestes últimos cento e tantos anos de República".
Campos, RJ, 21 de abril de 2006: autossuficiência do Brasil na produção de petróleo

DADOS BIOGRÁFICOS
Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945 no então distrito de Caetés, município de Garanhuns, interior de Pernambuco. É o sétimo dos oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Mello, carinhosamente chamada de “dona Lindu”.
Em dezembro de 1952, dona Lindu, juntamente com os filhos, migrou para o litoral paulista viajando 13 dias num caminhão "pau-de-arara". Foram morar em Vicente de Carvalho, bairro pobre do Guarujá. Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias e completou o ensino fundamental. Em 1956, mudaram-se para São Paulo e foram morar em único cômodo, nos fundos de um bar, no bairro do Ipiranga.
Aos 12 anos de idade, Lula conseguiu o primeiro emprego, em uma tinturaria. Depois, foi engraxate e “office-boy”. Com 14 anos, começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia, onde teve a carteira de trabalho assinada pela primeira vez. Transferiu-se mais tarde para a Fábrica de Parafusos Marte e conseguiu vaga no curso de torneiro mecânico do Senai – Serviço Nacional da Indústria. Os estudos duraram três anos e Lula tornou-se metalúrgico.
A crise após o golpe militar de 1964 levou Lula a mudar de emprego passando por várias fábricas até ingressar nas Indústrias Villares, uma das principais metalúrgicas do País, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Trabalhando na Villares, Lula começou a ter contato com o movimento sindical através de seu irmão José Ferreira da Silva, mais conhecido por “Frei Chico”.
Em 1969, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema fez eleição para escolher a nova diretoria e Lula foi eleito suplente. Na eleição seguinte, em 1972, tornou-se primeiro-secretário. Em 1975, foi eleito presidente do sindicato com 92% dos votos e aí já representava 100 mil trabalhadores.
Lula deu novo rumo ao movimento sindical brasileiro. Em 1978, foi reeleito presidente do sindicato (98% dos votos) e, após 10 anos sem greves operárias – em razão do regime opressivo em vigor –, ocorreram no País as primeiras paralisações. Em março de 1979, 170 mil metalúrgicos pararam o ABC paulista. O carismático dirigente liderou então memoráveis assembleias no estádio de vila Euclides, cujos participantes não se intimidaram diante do aparato policial.

São Bernardo do Campo, SP, 13 de maio de 1979: discurso para 60 mil metalúrgicos do ABC
A repressão ao movimento grevista e a quase inexistência de políticos que representassem os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional fez com que Lula pensasse pela primeira vez em criar um partido de trabalhadores.
Por essa época, o Brasil já vivia processo de abertura política, comandada pelos militares ainda no poder. Em 10 de fevereiro de 1980, Lula fundou o Partido dos Trabalhadores (PT), juntamente com outros sindicalistas, intelectuais, políticos e representantes de movimentos sociais, como lideranças rurais e religiosas. Nesse mesmo ano, nova greve dos metalúrgicos provocou a intervenção do governo federal no Sindicato de São Bernardo e a prisão de Lula e de outros dirigentes sindicais com base na Lei de Segurança Nacional. Foram 31 dias de prisão, situação agravada pelo falecimento de sua mãe.
Lula liderou a organização do partido, que em 1982 já estava implantado em quase todo o território nacional. Disputou naquele ano o governo paulista e ficou em quarto lugar.
Em agosto de 1983, fez parte do grupo fundador da CUT – Central Única dos Trabalhadores. Em 1984, participou, como uma das principais lideranças, da campanha das "Diretas-Já", que reivindicava a escolha direta do Presidente da República. Em 1986, foi eleito o deputado federal mais votado do País para a Assembléia Nacional Constituinte, com 650.134 votos.
O PT lançou Lula para disputar a Presidência da República em 1989, após 29 anos sem eleição direta para o cargo. Perdeu a disputa, no segundo turno, por pequena diferença de votos, mas dois anos depois liderou mobilização nacional contra a corrupção, que desembocou no "impeachment" do Presidente Fernando Collor de Mello.
A chance real de vitória em 1989 animou os petistas, e Lula desembarcou na campanha seguinte, em 1994, como favorito até a metade do ano, até o lançamento do Plano Real. O partido trocou de discurso em relação ao plano econômico e precisou também trocar de candidato a vice-presidente. Aloizio Mercadante substituiu José Paulo Bisol, senador do PSB gaúcho. Em agosto, Fernando Henrique Cardoso já ultrapassava Lula nas pesquisas. O tucano venceu no primeiro turno.
Surgiu na campanha de 1994 uma das comparações biográficas que mais enfureceram Lula. Em evento de que participava Ruth Cardoso, a empresária de teatro Ruth Escobar anunciou que os brasileiros teriam duas opções: "Votar em Sartre ou escolher um encanador". No bunker petista em São Paulo, para aliviar o clima, falava-se em injustiça não só com os encanadores, mas com o escritor francês Jean Paul Sartre. Lula não riu. Nos comícios seguintes, lançaria torpedos que continuariam ecoando dez anos depois, já na Presidência da República:
"A elite sabe que sou um vencedor. Uma criança nordestina que não morreu de fome até os cinco anos já venceu na vida. Um nordestino que desembarcou de um pau-de-arara, fugindo da seca, e não virou marginal é um vencedor. No meu governo, um filho de encanador vai disputar vaga na universidade com o filho de uma empresária de teatro como a senhora Ruth Escobar."
Em 1998, Lula voltou a se candidatar a presidente da República e foi derrotado novamente por Fernando Henrique Cardoso, que capitalizou o receio de mudança de boa parte do eleitorado, tendo estreado a novidade da reeleição que fora aprovada pelo Congresso no mesmo ano.
A partir de 1992, Lula atuou como conselheiro do Instituto Cidadania, organização não-governamental, criada após a experiência do Governo Paralelo, voltada para estudos, pesquisas, debates, publicações e principalmente formulação de propostas de políticas públicas nacionais, bem como promoção de campanhas de mobilização da sociedade civil rumo à conquista dos direitos de cidadania para todo o povo brasileiro.
Na última semana de junho de 2002, a Convenção Nacional do PT aprovou a formação de ampla aliança política (PT, PL, PC do B, PCB e PMN), que elaborou programa de governo para resgatar as dívidas sociais fundamentais que o Brasil tem com a grande maioria do seu povo. A abertura do leque de alianças para o PL, atraiu o voto dos empresários e dos evangélicos. Embalado por uma campanha eficiente na TV que explorava a imagem do "Lulinha paz e amor", o petista manteve-se na dianteira nas pesquisas. O candidato a Vice-Presidente na chapa foi o senador José Alencar, do PL de Minas Gerais. Em 27 de outubro de 2002, aos 57 anos de idade, com quase 53 milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva é eleito Presidente da República Federativa do Brasil vencendo José Serra (PSDB) no segundo turno por uma diferença superior a 19 milhões de votos.
São Paulo, 5 de julho de 2002: com Alencar, Genoino e Mercadante, em caminhada pelo centro
Após a posse, o Presidente Lula e sua equipe de governo deram início a uma série de transformações estruturais que encaminharam o País para encontrar-se com seu promissor destino.
Apesar da reduzida instrução formal, ele foi distinguido com vários títulos de doutor “Honoris Causa” por renomadas universidades norte-americanas e europeias.

Lula é casado desde 1974 com Marisa Letícia e tem cinco filhos.
OS DISCURSOS DE LULA
No primeiro discurso como presidente eleito, antes da posse, Lula privilegiou o tema do combate à fome. Três anos e meio depois, em 17 de maio de 2006, uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que eram precisas até as projeções de Lula, de dezenas de milhões de vítimas da falta de comida suficiente.
Em 2004, somando-se as pessoas com insegurança alimentar grave (as que passaram fome) e moderada (as que ficaram preocupadas em não ter alimentos), chegava-se a um contingente de 39,5 milhões de brasileiros. A história da mãe, Eurídice, e dos irmãos do presidente viajando do Nordeste para o litoral paulista, em 1952, abastecidos apenas com água, farinha e rapadura, é conhecida. Nas centenas de comícios e passeatas que fez em quatro campanhas presidenciais, em zonas urbanas e rurais, Lula era capaz de identificar crianças famintas sem necessidade de perguntas.
A história de vida do metalúrgico e sindicalista que se elegeu presidente o separa dos antecessores e possivelmente dos sucessores. Essa clivagem reflete-se nos discursos, em especial nos improvisados. Em 3 de abril deste ano, na troca de ministros em preparação à campanha eleitoral, o presidente falou sobre pescadores e estádios de futebol. Em 5 de maio, no auge da crise com a Bolívia, aproveitou a inauguração de uma linha turística de trem em Ouro Preto para revelar seus conhecimentos de cachaça mineira e citou as infidelidades conjugais de dom Pedro 1º. Na fala de Lula, esses temas ausentes nos discursos de José Sarney, Itamar Franco ou FHC surgem naturalmente, e estabelecem com a população laços que as denúncias e as ameaças de impeachment não conseguiram quebrar até agora.
Na campanha até outubro, o candidato vai reforçar sua biografia com realizações de governo como o crescimento das exportações e do crédito para a população de baixa renda, a queda no risco Brasil, a diminuição do desemprego e da miséria, o aumento real do salário mínimo, as bolsas para estudantes carentes em universidades privadas. Lula tem quatro campanhas presidenciais de experiência em debates e décadas de negociação dura com os oponentes. Para os fugitivos da seca, as adversidades sempre estiveram por todos os lados, no chão estéril e no céu sem nuvens.

PAC (Plano de Aceleração do Crescimento)

Criado em 2007 o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoveu a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável.

Pensado como um plano estratégico de resgate do planejamento e de retomada dos investimentos em setores estruturantes do país, o PAC contribuiu de maneira decisiva para o aumento da oferta de empregos e na geração de renda, e elevou o investimento público e privado em obras fundamentais.

Teve importância fundamental para o país durante a crise financeira mundial entre 2008 e 2009, garantindo emprego e renda aos brasileiros, o que por sua vez garantiu a continuidade do consumo de bens e serviços, mantendo ativa a economia e aliviando os efeitos da crise sobre as empresas nacionais.

Em 2011, o PAC entrou na sua segunda fase, com o mesmo pensamento estratégico, aprimorados pelos anos de experiência da fase anterior, mais recursos e mais parcerias com estados e municípios, para a execução de obras estruturantes que possam melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras.

Neste novo período, se destaca como um programa consolidado, com uma carteira de cerca de 37 mil empreendimentos e volume de investimentos expressivo. Essa é a essência de um programa sequenciado de obras que gera desenvolvimento e oferece melhor qualidade de vida aos brasileiros. Continuar apostando na conclusão dos projetos e obras de infraestrutura em todos os setores nos próximos anos é o grande desafio do PAC, só assim será possível entregar a cada cidadão um país melhor para se viver.​

Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil. Ele foi criado em outubro de 2003 e possui três eixos principais:

Complemento da renda — todos os meses, as famílias atendidas pelo Programa recebem um benefício em dinheiro, que é transferido diretamente pelo governo federal. Esse eixo garante o alívio mais imediato da pobreza.

Acesso a direitos — as famílias devem cumprir alguns compromissos (condicionalidades), que têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à saúde e à assistência social. Esse eixo oferece condições para as futuras gerações quebrarem o ciclo da pobreza, graças a melhores oportunidades de inclusão social.

Importante — as condicionalidades não têm uma lógica de punição; e, sim, de garantia de que direitos sociais básicos cheguem à população em situação de pobreza e extrema pobreza. Por isso, o poder público, em todos os níveis, também tem um compromisso: assegurar a oferta de tais serviços.

Articulação com outras ações — o Bolsa Família tem capacidade de integrar e articular várias políticas sociais a fim de estimular o desenvolvimento das famílias, contribuindo para elas superarem a situação de vulnerabilidade e de pobreza.

Desde 2011, o Bolsa Família faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, que reuniu diversas iniciativas para permitir que as famílias deixassem a extrema pobreza, com efetivo acesso a direitos básicos e a oportunidades de trabalho e de empreendedorismo.

A gestão do Bolsa Família é descentralizada, ou seja, tanto a União, quanto os estados, o Distrito Federal e os municípios têm atribuições em sua execução. Em nível federal, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) é o responsável pelo Programa, e a Caixa Econômica Federal é o agente que executa os pagamentos.

O Programa Bolsa Família está previsto em lei — Lei Federal nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004 — e é regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004, e outras normas.

Minha Casa Minha Vida

O Minha Casa Minha Vida (MCMV) é a maior iniciativa de acesso à casa própria já criada no Brasil. O programa, que mudou a história da habitação do País, prevê diversas formas de atendimento às famílias que necessitam de moradia, considerando a localização do imóvel – na cidade e no campo – renda familiar e valor da unidade habitacional. Além disso, o programa também contribui para a geração de emprego e renda para os trabalhadores da construção civil, que realizam as obras.

GOVERNO LULA: AVANÇOS E ATRASOS

Destaco cinco pontos nos quais o governo Lula me pareceu altamente positivo e outros cinco nos quais não correspondeu às expectativas
Frei Betto (13 de Janeiro de 2011)
Destaco cinco pontos nos quais o governo Lula me pareceu altamente positivo e outros cinco nos quais não correspondeu às expectativas. Estou convencido de que constituíram iniciativas que não poderão ser ignoradas pelo governo Dilma e outros que a sucederão.

1. Renda aos mais pobres - através do Bolsa Família e demais políticas sociais, transferiu-se considerável soma de recursos para as famílias mais pobres do Brasil, a ponto de retirar 20 milhões de pessoas da miséria. Embora o Bolsa Família distribua como renda apenas 0,4% do PIB, e a seguridade social 7%, o fato é que, hoje, 70% das moradias possuem eletrodomésticos como geladeira, TV, fogão e máquina de lavar roupa. O aumento anual do salário mínimo acima do índice da inflação dilatou o poder de consumo da população brasileira.

2. Estabilidade econômica - a inflação manteve-se abaixo de 5% e o salário mínimo corresponde, hoje, a mais de US$ 200. Isso permitiu ao consumidor planejar melhor suas compras, o que foi facilitado por uma política de créditos consignados e a longo prazo, apesar de as taxas de juros serem ainda elevadas.

3. Não criminalização dos movimentos sociais - embora as ocupações do MST, dos movimentos de moradia e de barragens causassem inquietação às autoridades, não houve repressão policial-militar e o governo buscou, ainda que timidamente, diálogo com lideranças populares.

4. Soberania - ao rechaçar a ALCA e zerar as dívidas do Brasil com o FMI, o governo Lula afirmou o Brasil como país soberano e independente. O que lhe permitiu manter confortável distância da Casa Branca e se aproximar da África, dos países árabes e da Ásia, a ponto de enfraquecer o G8 e fortalecer o G20, do qual participam países em desenvolvimento. Estreitou relações com a África do Sul, a Índia e a China, e rompeu o “eixo do mal” de Bush ao defender Cuba, Venezuela e Irã.

5. Falar à alma do povo - Lula preferiu abandonar os discursos escritos e as rubricas protocolares para alimentar sua empatia com o cidadão comum, utilizando uma linguagem popular, sem “economês” ou expressões acadêmicas. Muitas vezes externou seus sentimentos sem pudor, deixou que a emoção o levasse às lágrimas e a raiva o fizesse usar as mesmas expressões que a gente simples do povo usa quando lhe pisam no calo.

Há, porém, o outro lado da moeda, os cinco aspectos que considero falhos:

1. Governo contraditório - Lula nomeou ministros de tendências políticas e ideológicas antagônicas, como Stephanes, na Agricultura, e Cassel, na Reforma Agrária; Mantega, na Fazenda, e Henrique Meirelles, no Banco Central; Jobim, na Defesa, e Vannuchi nos Direitos Humanos.

2. Arquivos da ditadura – embora integrado por inúmeras vítimas da ditadura militar, a começar do presidente da República, o governo Lula jamais usou sua prerrogativa de comandante supremo das Forças Armadas para obrigá-las a abrir os arquivos dos anos de chumbo. Nem apoiou iniciativas para que os responsáveis pelos crimes da ditadura fossem levados à barra dos tribunais.

3. Reformas estruturais – o governo termina sem que, nos oito anos de mandato, tenha sido feita qualquer reforma estrutural, como a agrária, a política, a tributária etc. Se os mais pobres mereceram recursos anuais de R$ 30 bilhões, os mais ricos, através do mercado financeiro, foram agraciados, no mesmo período, com mais de R$ 300 bilhões, o que evitou a redução da desigualdade social.

4. Educação – o investimento no setor não superou 5% do PIB, quando a Constituição exige ao menos 8%. Embora o acesso ao ensino fundamental tenha se universalizado, o Brasil se compara, no IDH da ONU, ao Zimbabwe em matéria de qualidade na educação. Os professores são mal remunerados, as escolas não dispõem de recursos eletrônicos, a evasão escolar é acentuada. Os programas de alfabetização de adultos fracassaram e o MEC se mostrou desastrado na aplicação do Enem. De positivo, a ampliação das escolas técnicas e das universidades públicas, o sistema de cotas e o ProUni.

5. Saúde – o SUS continua deficiente, enquanto o atendimento de saúde é progressivamente privatizado. Hoje, 44 milhões de brasileiros estão inscritos em planos de saúde da iniciativa privada. Mais de 50% dos domicílios do país não possuem saneamento, os alimentos transgênicos são vendidos sem advertência ao consumidor, os direitos das pessoas portadoras de deficiências não são devidamente assegurados.

Espero que o governo Dilma possa dar aprimoramento aos avanços do governo Lula e corrigir as falhas, sobretudo na disposição de efetuar reformar estruturais. Tomara que ela consiga superar a deficiência congênita de sua gestão: o matrimônio, por conveniência eleitoral, entre o PT e o PMDB.
EXERCITEM-SE!!


1. (Fuvest 2012) O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta segunda-feira [30/5] que o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello foi apenas um “acidente” na história do Brasil. Sarney minimizou o episódio em que Collor, que atualmente é senador, teve seus direitos políticos cassados pelo Congresso Nacional. “Eu não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Mas acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil”, disse o presidente do Senado. 
Correio Braziliense, 30/05/2011. 

Sobre o “episódio” mencionado na notícia acima, pode-se dizer acertadamente que foi um acontecimento 
a) de grande impacto na história recente do Brasil e teve efeitos negativos na trajetória política de Fernando Collor, o que faz com que seus atuais aliados se empenhem em desmerecer este episódio, tentando diminuir a importância que realmente teve. 
b) nebuloso e pouco estudado pelos historiadores, que, em sua maioria, trataram de censurá-lo, impedindo uma justa e equilibrada compreensão dos fatos que o envolvem. 
c) acidental, na medida em que o impeachment de Fernando Collor foi considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal, o que, aliás, possibilitou seu posterior retorno à cena política nacional, agora como senador. 
d) menor na história política recente do Brasil, o que permite tomar a censura em torno dele, promovida oficialmente pelo Senado Federal, como um episódio ainda menos significativo. 
e) indesejado pela imensa maioria dos brasileiros, o que provocou uma onda de comoção popular e permitiu o retorno triunfal de Fernando Collor à cena política, sendo candidato conduzido por mais duas vezes ao segundo turno das eleições presidenciais. 

2. (Fgv 2012) Recentemente, em julho de 2011, faleceu o ex-presidente Itamar Franco. A respeito da sua chegada ao poder e do seu governo, é correto afirmar: 
a) Venceu Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno das eleições disputadas em 1994, graças ao sucesso do Plano Real, implementado no governo de Fernando Henrique Cardoso. 
b) Venceu Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 1989 e organizou um governo de coalizão nacional, do qual participaram todos os demais partidos políticos brasileiros, inclusive o PT. 
c) Assumiu a presidência após o processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello e, com seu ministro Fernando Henrique Cardoso, implementou o Plano Real. 
d) Foi eleito em janeiro de 1985, em eleição direta pelo colégio eleitoral, e organizou um governo de reformas políticas e econômicas que permitiram sua reeleição em 1994. 
e) Foi eleito em 1994 devido ao sucesso do Plano Real implementado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, do qual participou como ministro da Fazenda. 

3. (Cftmg 2011) Analise a imagem 


A charge retrata a(o) 
a) salto da violência nos grandes centros urbanos, decorrente da falta de políticas de segurança pública. 
b) ascensão de um governo marcado por escândalos políticos, terminando na deposição do presidente. 
c) sucesso do Brasil nas Olimpíadas de Barcelona, graças ao forte investimento no setor esportivo por parte do governo. 
d) situação econômica agravada pela inflação, fazendo o povo exercitar novas alternativas diante dos aumentos de preços. 

4. (Cftmg 2010) A questão a seguir refere-se a um trecho do discurso de posse do Presidente Fernando Collor de Melo em 1990. 
“Entendo assim o Estado não como produtor, mas como promotor do bem estar coletivo. Daí a convicção de que a economia de mercado é a forma comprovadamente superior de geração de riqueza, de desenvolvimento intensivo e sustentado.[...] Não abrigamos, a propósito, nenhum preconceito colonial ante o capital estrangeiro. Ao contrário: tornaremos o Brasil, uma vez mais, hospitaleiro em relação a ele […] Não nos anima a ideia de discriminar nem contra nem a favor dos capitais externos, mas esperamos que não falte seu concurso para a diversificação da indústria, a ampliação do emprego e a transferência de tecnologia em proveito do Brasil. Em síntese, essa proposta de modernização econômica pela privatização [...] é a esperança de completar a liberdade política, reconquistada com a transição democrática, com a mais ampla e efetiva liberdade econômica”. 
(Discurso Pronunciado por Sua Excelência o Senhor Fernando Collor, Presidente da República Federativa do Brasil na Cerimônia de Posse no Congresso Nacional em 15 de marco de 1990). 
Disponível em: . Acesso em: 21 abr. 2010. 

Esse texto explicita que o governo conduzira suas ações com base na(o) 
a) queda constante das taxas de juros, visando elevar o poder de compra e o controle da inflação. 
b) fortalecimento da indústria nacional sob o controle do Estado com o objetivo de aquecer o mercado interno. 
c) política de abertura econômica com práticas neoliberais implementadas a partir de sucessivos planos estatais. 
d) incentivo a uma política de bem-estar, ampliando serviços sociais e direitos trabalhistas para intensificar a produção. 

5. (Fuvest 2010) A partir da redemocratização do Brasil (1985), é possível observar mudanças econômicas significativas no país. Entre elas, a 
a) exclusão de produtos agrícolas do rol das principais exportações brasileiras. 
b) privatização de empresas estatais em diversos setores como os de comunicação e de mineração. 
c) ampliação das tarifas alfandegárias de importação, protegendo a indústria nacional. 
d) implementação da reforma agrária sem pagamento de indenização aos proprietários. 
e) continuidade do comércio internacional voltado prioritariamente aos mercados africanos e asiáticos. 

6. (Unesp 2010) Desde a década de 1980 vários governos brasileiros adotaram planos econômicos que pretendiam controlar a inflação. Entre as características destes planos, podemos destacar 
a) o Plano Cruzado, implementado em 1986, que eliminou a inflação, congelou preços, proporcionou aumento salarial e gerou recursos para o pagamento integral da dívida externa. 
b) o Plano Collor, implementado em 1990, que determinou o confisco de ativos financeiros e eliminou incentivos fiscais em vários setores da economia. 
c) o Plano Real, implementado em 1994, que reduziu as taxas inflacionárias, estabilizou o valor da moeda, proibiu aumentos de preços no varejo e provocou forte crescimento industrial. 
d) o Plano de Metas, implementado em 2006, que projetou um desenvolvimento industrial acelerado e a inserção ativa do Brasil no mercado internacional. 
e) o Plano de Aceleração do Crescimento, implementado em 2007, que apoiou projetos imobiliários, determinou investimentos em infraestrutura e estimulou o crédito. 

7. (Fgv 2009) "O Plano Collor foi o mais violento ato de intervenção estatal na economia brasileira, na segunda metade do século. No entanto, ao estrangular a inflação, ele abriu as portas para uma ampla liberalização". 
(Jayme Brener, "Jornal do século XX") 

Sobre esse plano, inserido em uma ordem neoliberal, é correto afirmar que: 
a) se pautou pela ampliação do meio circulante, por meio do aumento dos salários e das aposentadorias; liquidou empresas públicas e de economia mista que geravam prejuízo; estabeleceu uma política fiscal de proteção à indústria nacional. 
b) criou um imposto compulsório sobre os investimentos especulativos para o financiamento da infraestrutura industrial; liberou a importação dos insumos industriais e restringiu a importação de bens de consumo não-duráveis. 
c) estabeleceu-se uma nova política cambial, com um controle mais rígido realizado pelo Banco Central; demissão em massa de funcionários públicos concursados; aumentou a renda tributária por meio da criação do Imposto sobre Valor Agregado. 
d) objetivou a privatização de empresas estatais; diminuiu as restrições à presença do capital estrangeiro no Brasil; gerou a ampliação das importações e eliminaram-se subsídios, especialmente das tarifas públicas. 
e) aumentou a liberdade sindical com uma ampla reforma na CLT e revogou a opressiva lei de greve; recriou empresas estatais ligadas à exploração e refino de petróleo; congelou os capitais especulativos dos bancos e dos investidores estrangeiros. 

8. (Ufpe 2008) A eleição de Fernando Collor, para o cargo de Presidente da Republica derrotando Luís Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores, movimentou politicamente o Brasil. O governo de Fernando Collor: 
a) surpreendeu pelo equilíbrio do Presidente como estadista bem informado. 
b) teve apoio incondicional dos grandes partidos políticos durante seu governo. 
c) prometeu amplas e renovadoras políticas de modernização econômica 
d) consolidou a democracia no país, isolando as oligarquias anacrônicas. 
e) impediu a entrada do capital estrangeiro nos negócios nacionais. 

9. (Ufpi 2007) Sobre as eleições presidenciais de 1989, no Brasil, é correto afirmar que: 
a) o candidato Mário Covas (PSDB) recebeu apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no segundo turno da eleição. 
b) o candidato Fernando Collor de Mello (PRN) ganhou a eleição, ao vencer, no segundo turno, o candidato Leonel Brizola (PDT). 
c) o candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT) disputou com o candidato Fernando Collor de Mello (PRN) o segundo turno da eleição. 
d) o candidato Paulo Maluf (PDS) e o candidato Aureliano Chaves (PFL) apoiaram, no primeiro turno, o candidato Leonel Brizola (PDT). 
e) o candidato Ulysses Guimarães (PMDB) renunciou, no primeiro turno da eleição, para manifestar apoio ao candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT). 

10. (Fatec 2007) Após o impeachment de Collor, Itamar Franco assumiu a presidência do Brasil, dizendo que sua meta era combater a pobreza, a inflação e a recessão. Sobre seu governo é correto afirmar que 
a) o desemprego e a miséria diminuíram, dando alento à população. 
b) os erros políticos, administrativos e econômicos cometidos por ele geraram incertezas quanto ao futuro do país. 
c) conseguiu reduzir consideravelmente a taxa inflacionária do país, ao bloquear os ativos financeiros das pessoas físicas e jurídicas. 
d) visava a defender e recuperar as reservas internacionais do país com a decretação da moratória. 
e) buscava controlar os preços e desindexar a economia, com a criação do Plano Cruzado. 

Gabarito AQUI

Lista 1 (Boa também!!)

Lista sobre Itamar (Muito boa!!)

Lista sobre FHC (Bacana!!)

Lista sobre LULA (Excelente!!)


BONS ESTUDOS!!