A Globalização
O que é globalização?
Os norte-americanos usam a expressão globalização, os franceses preferem mundialização e em outras sociedades a expressão usada é internacionalização.
Estudos teóricos concluíram que o fenômeno da globalização resulta de três aspectos ou forças poderosas: a revolução tecnológica, a interdependência dos mercados financeiros em escala planetária e a formação de áreas de livre comércio. Portanto, a globalização é o processo de integração do espaço mundial caracterizado pelo fluxo intenso de capitais, serviços, produtos e tecnologias entre os países, o que resulta num mundo interligado por transações econômicas que movimentam capitais volumosos.
Regionalização
A divisão de regiões implica na distinção de áreas a partir de características e/ou semelhanças em comum. E muitos são os fatores que determinam essa regionalização, a exemplo da localização geográfica, esta que possui relação direta com a organização o espaço.
Todavia, além de aspectos geográficos levam-se em consideração inúmeros outros fatores determinantes para esse processo regionalização, são eles: economia, política, sociedade, história, cultura, entre outros.
Quando surgiu a globalização?
Não há um consenso a respeito. Alguns estudiosos falam dos anos de 1980, quando os governos começaram a implantar o programa econômico neoliberal, abrindo suas portas à entrada do capital e das mercadorias estrangeiras. Outros acreditam que a origem da globalização remonta à segunda metade do século XIX, aproximadamente, quando as grandes economias capitalistas iniciaram a primeira grande onda de investimentos no exterior, inaugurando o que se chamou de imperialismo. Finalmente, para outros estudiosos, a globalização é um fenômeno bem mais antigo, que surgiu com as grandes viagens marítimas dos séculos XV e XVI, a partir das quais exploradores, burgueses e governantes europeus submeteram as terras conquistadas do chamado Novo Mundo à dinâmica da política econômica mercantilista, integrando colônias e metrópoles no comércio mundial.
Quais são os efeitos da globalização?
O avanço tecnológico, a interligação e a interdependência dos mercados financeiros em escala mundial encurtaram as distâncias, unificaram e baratearam a informação e estão promovendo a padronização da cultura e do comportamento por meio de tevês a cabo, filmes, livros, fluxos migratórios e, mais recentemente, da internet.
O movimento da globalização tende a criar uma cultura de consumo padronizada por meio de uma estratégia mundialmente unificada de marketing, destinada a uniformizar a imagem dos produtos aos olhos dos consumidores.
Sob certos aspectos, o mundo está se tornando uma "aldeia global". Empresas gigantescas estão atravessando as fronteiras nacionais e se instalando em vários países; o avanço tecnológico na área da informática e das telecomunicações tem permitido a agilidade nas transações comerciais e no intercâmbio de informações; a abertura dos mercados nacionais às importações, favorecida por baixas tarifas alfandegárias, deu um grande impulso ao fluxo de mercadorias, fazendo explodir o comércio mundial.
O processo de globalização provocou também um efeito devastador; o desemprego, que atinge tanto os países subdesenvolvidos da América Latina, Ásia e África como as nações industrializadas da América do Norte, da Europa e da Ásia.
Na história da formação e consolidação do sistema capitalista, os níveis de desemprego acompanharam as fases de crescimento e de retração econômica, crescendo nos períodos de crise e reduzindo-se logo que a economia dava sinais de recuperação. A partir das últimas décadas do século XX, porém, surgiu uma modalidade de desemprego não decorrente de crises econômicas nem da redução dos investimentos nas atividades produtivas, mas da revolução tecnológica. É o chamado desemprego estrutural.
O desemprego estrutural resulta do avanço tecnológico, isto é, do aperfeiçoamento do processo da capacidade produtiva das empresas pela aplicação de novas tecnologias e de novas formas de organização do trabalho. Se por um lado essas transformações resultam no aumento de produtividade, por outro reduzem a quantidade de trabalhadores necessários à produção, pois fazem com que muitas funções deixem de existir. Por exemplo: o e-mail, mais ágil e prático, substitui a correspondência tradicional, provocando a extinção de postos de trabalho nos correios.
No Brasil, como nos demais países subdesenvolvidos, a globalização econômica tem elevado as taxas de desemprego e ampliado a distância entre ricos e pobres.
Liberalismo ou Neoliberalismo?
Tendo como principal teórico Adam Smith em seu estudo A Riqueza das Nações, o liberalismo difunde as ideias formuladas no século XVIII que dão conta por: abrir mercados, privatizar a propriedade e estender relações comerciais, que o fazia de uma ideologia dos países tidos como capitalistas. No século XVIII, ele surge como um ideológico que desafiava o feudalismo quanto ao comércio e a produção, onde tinha o intuito de converter riqueza em capital e a livre-troca de trabalho por salário. O liberalismo permeia durante o século XIX onde tem seu declínio com a Primeira Guerra Mundial e logo após com a crise de 29.
Alguns países que tiveram seu desenvolvimento mais tardio (Alemanha, EUA) tentaram manter-se afastados do liberalismo com algumas políticas protecionistas, onde mantinham o mercado interno e suas indústrias emergentes. Alguns outros países (Brasil, México) acolheram o capitalismo “de Estado” para a industrialização e diversificação de economia em seus países, onde surge o nacional-populismo decorrente das crises mundiais que bombardeavam o liberalismo. Logo, o neoliberalismo surge, com a crise desse nacional-populismo e da derrota do socialismo.
O neoliberalismo se assemelha ao liberalismo na questão de defender que é o mercado, e não o estado, o único alocador de salários e capital, posiciona-se contra as regulamentações e é a favor do livre mercado, luta contra a influência dos sindicatos no capitalismo. O neoliberalismo por mais que tenha uma base parecida com a do liberalismo, influencia uma economia de forma diferente, pois o neoliberalismo marginaliza e exclui as classes produtivas, interligando setores do mercado, o que vai gerar uma grande perda produtiva [como já afirmado]. Fará, então, com que haja desemprego em larga escala, trabalhos temporários e a grande aplicação de novas tecnologias. Isso faz com que o neoliberalismo contemporâneo seja retrogrado,pois, tenta aplicar a tecnologia do século XXI numa formação social do XVIII.
A política Neoliberal é resultado de uma classe de novos capitalistas e donos de indústrias que surgem, com grande capital e investimentos em bancos privados em países imperialistas. Essa estrutura dos livres mercados gerou sobre o trabalho assalariado uma polarização que banalizou setores dos funcionários públicos aos privados, má remuneração e baixa estrutura social que gera os marginalizados do mercado, criando proletariado de trabalhos ilegais. O livre mercado aumenta as desigualdades sociais e a expansão econômica fazendo um aprofundamento das divisões de classes.
Texto na integra AQUI (Bom)
Duas personalidades políticas de países desenvolvidos foram essenciais para a expansão do neoliberalismo: Ronald Reagan (EUA) e Margaret Thatcher (Inglaterra). Após um primeiro momento de prática neoliberalista nestes países, seus fundamentos começam a ser transferidos para a América Latina e a região oriental da Europa. Um órgão importante neste processo foi o FMI - Fundo Monetário Internacional -, levando o neoliberalismo a um nível de hegemonia em escala global com suas pressões econômicas.
Entre as principais características do neoliberalismo da época, destacam-se a retração do Estado de Bem-Estar Social, readaptação de direitos trabalhistas aos interesses empresariais, privatização de inúmeras empresas geridas pelo Estado e desregulamentação de mercados. Até mesmo governos historicamente reconhecidos por características de esquerda e trabalhista, acabaram optando por receitas de cunho neoliberal. Apesar da redução da inflação e dos gastos sociais, o desemprego e a desigualdade social continuaram a crescer.
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Blocos Econômicos
Bom vídeo explicativo
Veremos abaixo uma relação dos principais blocos econômicos da atualidade e suas características.
UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia ( UE ) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado de Maastricht. Este bloco é formado pelos seguintes países : Alemanha, França, Reino Unido, Irlanda, Holanda (Países Baixos), Bélgica, Dinamarca, Itália, Espanha, Portugal, Luxemburgo, Grécia, Áustria, Finlândia e Suécia. Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um sistema financeiro e bancário comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da União Europeia e, portanto, podem circular e estabelecer residência livremente pelos países da União Europeia.
A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de combate ao crime e de imigração em comum. A UE possui os seguintes órgãos : Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho de Ministros.
NAFTA
Fazem parte do NAFTA ( Tratado Norte-Americano de Livre Comércio ) os seguintes países: Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos países membros vantagens no acesso aos mercados dos países. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias, regras comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras. Não é uma zona livre de comércio, porém reduziu tarifas de aproximadamente 20 mil produtos.
MERCOSUL
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi oficialmente estabelecido em março de 1991. É formado pelos seguintes países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela. Futuramente, estuda-se a entrada de novos membros, como o Chile e a Bolívia. O objetivo principal do Mercosul é eliminar as barreiras comerciais entre os países, aumentando o comércio entre eles. Outro objetivo é estabelecer tarifa zero entre os países e num futuro próximo, uma moeda única.
PACTO ANDINO - COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES
Outro bloco econômico da América do Sul é formado por: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Foi criado no ano de 1969 para integrar economicamente os países membros. As relações comerciais entre os países membros chegam a valores importantes, embora os Estados Unidos sejam o principal parceiro econômico do bloco.
APEC
A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi criada em 1993 na Conferência de Seattle (Estados Unidos da América). Integram este bloco econômicos os seguintes países: Estados Unidos da América, Japão, China, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coreia do Sul, Hong Kong (região administrativa especial da China), Cingapura, Malásia, Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções industriais de todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial. Quando estiver em pleno funcionamento (previsão para 2020), será o maior bloco econômico do mundo.
ASEAN
A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foi criada em 8 de agosto de 1967. É composta por dez países do sudeste asiático (Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos, Camboja).
SADC
A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) foi criada em 17 de outubro de 1992 e é formada por 15 países da região sul do continente africano.
MCCA
Criado em 1960, o MCCA (Mercado Comum Centro-Americano) é o bloco econômico da região da América Central, cujo principal objetivo é a integração econômica entre os países-membros (Nicarágua, Guatemala, El Salvador, Honduras e Costa Rica).
Aliança do Pacífico
Criado em junho de 2012, este bloco econômico latino-americano é composto por México, Colômbia, Peru e Chile.
BENELUX
Considerado o embrião da União Europeia, este bloco econômico envolve a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. O BENELUX foi criado em 1958 e entrou em operação em 1 de novembro de 1960.
NÃO CONFUNDIR COM OS BRIC's
O BRIC's é um agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Não se trata de um bloco econômico ou uma instituição internacional, mas de um mecanismo internacional na forma de um agrupamento informal, ou seja, não registrado burocraticamente com estatuto e carta de princípios.
Em 2001, o economista Jim O´Neil formulou a expressão BRICs (com “s” minúsculo no final para designar o plural de BRIC), utilizando as iniciais dos quatro países considerados emergentes, que possuíam potencial econômico para superar as grandes potências mundiais em um período de, no máximo, cinquenta anos.
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DESAFIOS DA GLOBALIZAÇÃO
Conclusão
Quando se fala em globalização existem logo vozes que se levantam contra esta.
As principais criticas que se fazem a globalização é o facto de esta ser injusta, pois não se realiza de uma forma universal nem homogênea e muito menos se expande de forma igualitária. Assim sendo a globalização não é para todos, só participa dos seus benefícios um terço da população.
Para tal podemos aqui expor dados que demonstrem isto mesmo. Em 6.500 milhões de pessoas, 3.000 milhões ganham menos de 2 dólares por dia e outros 1.500 milhões, menos de 1 dólar por dia.
Podemos ainda destacar que, as três pessoas mais ricas do mundo têm ativos superiores ao PIB somado dos 48 países mais pobres.
Como já aqui fiz referência existe um processo de globalização de uma cultura sobre as outras em particular do modo de vida Norte-americano – Walt Disney, Mc Donald’s e Coca-Cola – sobre outras culturas o que para alguns críticos tem como implicações a perda das identidades locais.
Isto inviabiliza fortemente a dimensão econômica dos países e os seus sistemas produtivos que se mostram obsoletos para assimilar novas necessidades que se geram nos consumidores locais, produto da globalização. Assim as estruturas produtivas obsoletas dos países subdesenvolvidos vêem-se forçados a desmantelar-se com consequente aumento do desemprego.
Em varias situações, tiremos como exemplo a agrícola que é a base de qualquer economia, só os países do chamado Núcleo, ou desenvolvidos, têm capacidades tecnológicas e os recursos necessários para realizar investimentos tecnológicos e cooperam entre si, afim de solucionar vários problemas que lhes vão surgindo.
Em oposição os países pobres, da periferia, tem pouca interação entre si e continuam a tentar por si só construir a sua identidade de Estado. Desta forma a globalização tecnológica que baixa custos e melhora os meios de cultivo dos alimentos não chegou a todos os países do mundo por igual.
Á medida que, fruto da globalização, o mundo passa de uma economia agrícola a uma industrial e desta para uma de informação, as limitações e falhas dos mercados explicam cada vez mais o aumento do desemprego, e os mercados mostram-se incapazes de poder administrar os seus recursos eficientemente.
Por outro lado a liberalização dos sistemas financeiros implicou que muitos bancos locais fossem adquiridos por bancos estrangeiros em países subdesenvolvidos, os quais dificultam o acesso ao crédito das pequenas empresas locais, pois esses bancos são mais propensos a emprestar dinheiro a empresas transnacionais o que provoca a quebra das pequenas empresas locais e o consequente aumento do desemprego.
O sistema financeiro mundial com livre mobilidade de capitais incrementou a vulnerabilidade de muitos países a crises externas e aos caprichos dos investimentos especulativos.
TREINAR
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