A Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. A partir desta data o Brasil deixou de ser uma colônia de Portugal. A proclamação foi feita por D. Pedro I as margens do riacho do Ipiranga em São Paulo.
Causas:
- Vontade de grande parte da elite política brasileira em conquistar a autonomia política;
- Desgaste do sistema de controle econômico, com restrições e altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa no Brasil;
- Tentativa da Coroa Portuguesa em recolonizar o Brasil.
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O processo de independência do Brasil
Para compreender o verdadeiro significado histórico da independência do Brasil, levaremos em consideração duas importantes questões:
Em primeiro lugar, entender que o 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século XVIII. Ainda é muito comum a memória do estudante associar a independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, "O Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na figura de D. Pedro.
Em segundo lugar, perceber que a independência do Brasil, restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial.
Valorizando essas duas questões, faremos uma breve avaliação histórica do processo de independência do Brasil.
Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, destacando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Foram os primeiros movimentos sociais da história do Brasil a questionar o pacto colonial e assumir um caráter republicano. Era apenas o início do processo de independência política do Brasil, que se estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta situação de crise do antigo sistema colonial, era na verdade, parte integrante da decadência do Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente pela difusão do liberalismo econômico e dos princípios iluministas, que juntos formarão a base ideológica para a Independência dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos de transição na História, assinalado pela passagem da idade moderna para a contemporânea, representada pela transição do capitalismo comercial para o industrial.
Os Movimentos de Emancipação
A Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o primeiro movimento social republicano-emancipacionista de nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em outros aspectos ficou muito a desejar. Sua composição social por exemplo, marginalizava as camadas mais populares, configurando-se num movimento elitista estendendo-se no máximo às camadas médias da sociedade, como intelectuais, militares, e religiosos. Outros pontos que contribuíram para debilitar o movimento foram a precária articulação militar e a postura regionalista, ou seja, reivindicavam a emancipação e a república para o Brasil e na prática preocupavam-se com problemas locais de Minas Gerais. O mais grave contudo foi a ausência de uma postura clara que defendesse a abolição da escravatura. O desfecho do movimento foi assinalado quando o governador Visconde de Barbacena suspendeu a derrama -- seria o pretexto para deflagar a revolta - e esvaziou a conspiração, iniciando prisões acompanhadas de uma verdadeira devassa.
Os líderes do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos negaram sua participação no movimento, menos Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns tem a pena transformada em prisão temporária, outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na prisão, onde provavelmente foi assassinado.
Mais sobre o dentista mineiro
Tiradentes, o de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Sua cabeça foi cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi esquartejado e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais (21 de abril de 1789). Era o cruel exemplo que ficava para qualquer outra tentativa de questionar o poder da metrópole.
O exemplo parece que não assustou a todos, já que nove anos mais tarde iniciava-se na Bahia a Revolta dos Alfaiates, também chamada de Conjuração Baiana. A influência da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um sentido mais intelectual ao movimento que contou também com uma ativa participação de camadas populares como os alfaiates João de Deus e Manuel dos Santos Lira.Eram pretos, mestiços, índios, pobres em geral, além de soldados e religiosos. Justamente por possuír uma composição social mais abrangente com participação popular, a revolta pretendia uma república acompanhada da abolição da escravatura. Controlado pelo governo, as lideranças populares do movimento foram executadas por enforcamento, enquanto que os intelectuais foram absolvidos.
Outros movimentos de emancipação também foram controlados, como a Conjuração do Rio de Janeiro em 1794, a Conspiração dos Suaçunas em Pernambuco (1801) e a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, já na época que D. João VI havia se estabelecido no Brasil. Apesar de contidas todas essas rebeliões foram determinantes para o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já que trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os objetivos republicanos.
A Família Real no Brasil e a Preponderância Inglesa
Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.
Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao "sete de setembro".
Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores.
Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês.
Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.
O Significado Histórico da Independência
A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral.
Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios.
A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora das Cortes.
D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".
É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.
São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse imediatamente.
José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte... Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se realizasse em primeiro de dezembro de 1822.
A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.
RESUMASSO!!
História da Independência do Brasil
A Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. A partir desta data o Brasil deixou de ser uma colônia de Portugal. A proclamação foi feita por D. Pedro I as margens do riacho do Ipiranga em São Paulo.
Causas:
- Vontade de grande parte da elite política brasileira em conquistar a autonomia política;
- Desgaste do sistema de controle econômico, com restrições e altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa no Brasil;
- Tentativa da Coroa Portuguesa em recolonizar o Brasil.
Dia do Fico
- D. Pedro não acatou as determinações feitas pela Coroa Portuguesa que exigia seu retorno para Portugal. Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro negou ao chamado e afirmou que ficaria no Brasil.
Medidas pré independência:
Logo após o Dia do Fico, D. Pedro I tomou várias medidas com o objetivo de preparar o país para o processo de independência:
- Organização a Marinha de Guerra
- Convocou uma Assembleia Constituinte;
- Determinou o retornou das tropas portuguesas;
- Exigiu que todas as medidas tomadas pela Coroa Portuguesa deveriam, antes de entrar em vigor no Brasil, ter a aprovação de D. Pedro.
- Visitou São Paulo e Minas Gerais para acalmar os ânimos, principalmente entre a população, que estavam exaltados em várias regiões.
A Proclamação da Independência
Ao viajar de Santos para São Paulo, D. Pedro recebeu uma carta da Coroa Portuguesa que exigia seu retorno imediato para Portugal e anulava a Constituinte. Diante desta situação, D. Pedro deu seu famoso grito, as margens do riacho Ipiranga: “Independência ou Morte!”
Pós Independência
- D. Pedro I foi coroado imperador do Brasil em dezembro de 1822;
- Portugal reconheceu a independência, exigindo uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas;
- Em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, ocorreram revoltas, comandadas por portugueses, contrárias à independência do Brasil. Estas manifestações foram duramente reprimidas pelas tropas imperiais.
"A América para os americanos". Esse slogan resumia a doutrina lançada em 1823 pelo presidente dos Estados Unidos, James Monroe. A doutrina estabelecia como prioridade, na política externa, a ampliação da influência de Washington sobre os países do continente americano.
Até a primeira metade do século XX, os Estados Unidos de fato garantiram sua hegemonia nas Américas. Mas com a nova configuração geopolítica do planeta, depois da Segunda Guerra, os americanos precisaram reformular sua política externa para fazer frente à expansão do socialismo no mundo. Era o início da Guerra Fria.
Jacobo Arbenz
Cuba e o início da Guerra Fria na América LatinaNo final dos anos 50, a revolução cubana representou uma ameaça ao controle de Washington sobre os países americanos. Os Estados Unidos não mediram esforços para garantir esse controle, inaugurando a Guerra Fria na América. Nos primeiros anos da Guerra Fria, a Casa Branca já havia demonstrado a disposição de afastar qualquer vestígio de influência comunista na América.
Em 1954, na Guatemala, a CIA, o serviço secreto norte-americano, articulou um golpe que depôs o presidente Jacobo Arbenz, eleito em 1950 com apoio dos comunistas. Arbenz , que havia realizado a reforma agrária e expropriado terras de empresas americanas, foi deposto pelo coronel Carlos Castillo Armas, que implantaria uma sangrenta ditadura no país. Cuba seria o próximo país a sofrer profundas transformações, cinco anos após o golpe na
Guatemala. Os guerrilheiros liderados por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, que até então não apresentavam posições esquerdistas, lutavam para derrubar o ditador Fulgêncio Batista.
Sob a ditadura de Batista haviam se multiplicado em Cuba os hotéis de luxo, os cassinos e as casas de prostituição. Grandes plantações exploravam a cultura do tabaco, mas sem permitir qualquer liberdade sindical ou partidária aos trabalhadores. Com o apoio da população e até uma discreta simpatia da Casa Branca, os guerrilheiros tomaram o poder em janeiro de 1959, provocando a fuga de Batista. Começava a era de Fidel Castro.
Pouco depois de assumir o governo, Fidel Castro iniciou um programa de reforma agrária e de nacionalização das empresas americanas, além de levar a julgamento os principais colaboradores de Fulgêncio Batista. As medidas surpreenderam os Estados Unidos, que passaram a se preocupar com os rumos do novo regime de Havana.
Fidel Castro, em 1961
Tensão entre Washington e HavanaÀ medida que Fidel Castro se aproximava da União Soviética, o governo americano adotava medidas de represália, como a suspensão da compra de açúcar cubano. A ruptura diplomática aconteceria em janeiro de 1961, inaugurando um período de relações tensas entre Washington e Havana.
Em abril de 61, meses depois do rompimento diplomático, a CIA organizou uma invasão de Cuba a partir da Baía dos Porcos. Recrutou cubanos exilados em Miami, na maioria refugiados e cidadãos expulsos pelo governo de Fidel. A invasão foi um fracasso. Uma série de desencontros, falhas de estratégia e má coordenação permitiu que as forças armadas de Cuba realizassem um contra-ataque fulminante.
A principal conseqüência da tentativa de invasão, do ponto de vista geopolítico, foi o aprofundamento dos laços entre Cuba e União Soviética. Essa proximidade provocaria uma das mais sérias crises da Guerra Fria e do século XX, a crise dos mísseis.
Míssil soviético
Em outubro de 62, aviões de espionagem dos Estados Unidos detectaram movimentos que indicavam a disposição soviética de instalar uma base de mísseis nucleares em Cuba. Seguiram-se duas semanas de tensão, período em que o presidente Kennedy advertiu Moscou de que usaria armas nucleares caso a União Soviética insistisse na base de mísseis. O dirigente Nikita Khruschev recuou, mas conseguiu um compromisso de
Kennedy da não-intervenção americana em Cuba. Esse compromisso, no entanto, não impediu que os Estados Unidos iniciassem um bloqueio econômico e naval do país, numa tentativa de asfixiar a economia cubana. Washington também fez pressões para que Cuba fosse expulsa da Organização dos Estados Americanos, a OEA. Na prática, os Estados Unidos passaram a considerar Cuba como integrante do "bloco do leste", o grupo de países do leste europeu aliado de Moscou. Mas a Casa Branca jamais perdeu de vista a proximidade geográfica da pequena ilha, e utilizou a revolução cubana como pretexto para uma grande ofensiva anticomunista no continente americano.
EUA voltam a atenção para o BrasilDentro da estratégia de evitar o surgimento de "novas Cubas", os Estados Unidos voltaram a atenção para o maior e mais importante país da América Latina, o Brasil.
No início dos anos 60, a situação no Brasil era de instabilidade política. Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo sete meses depois de eleito, numa frustrada manobra política para ampliar seus poderes. O Congresso aceitou a renúncia e o país mergulhou numa séria crise política. Os militares de direita não queriam a posse do vice de Jânio, João Goulart, um político identificado com o trabalhismo de Getúlio Vargas.
Jango
Presidente João Goulart - 1961
A construção de hidrelétricas, a instalação da indústria automobilística e a criação de Brasília, durante o governo de Juscelino Kubitschek, entre 1955 e 1959, haviam estimulado o surgimento de grandes concentrações de trabalhadores urbanos, que se organizaram em sindicatos para exigir seus direitos. Dentro desse contexto, a ascensão de um líder trabalhista como João Goulart parecia significar uma ameaça aos interesses tradicionais dos grupos
dominantes brasileiros. Num primeiro momento, a crise foi contornada e Jango tomou posse. Em 62, no entanto, as centrais sindicais convocaram greves gerais por melhores condições de trabalho e para exigir do governo um ministério nacionalista e democrático.
O avanço das lutas trabalhistas e o prestígio de líderes como Luís Carlos Prestes, dirigente do Partido Comunista Brasileiro, assustavam os setores mais conservadores da classe média e da Igreja Católica. Políticos influentes, grupos de direita, setores da igreja e donas-de-casa organizaram passeatas em defesa da religião, da família e da liberdade, valores que julgavam ameaçados pelo avanço comunista. A sociedade marchava para uma crise de graves proporções.
"O período logo após a renúncia de Jânio Quadros foi de intensa efervescência na política e na sociedade, nos movimentos populares, sindicais, estudantis e principalmente nos considerados mais perigosos, os movimentos das ligas camponesas. É assim que se constrói a democracia, com a participação dos vários segmentos da sociedade. Mas isso foi considerado extremamente ameaçador para os grupos dominantes e também para a imensa classe média, que foi muito mobilizada pelo medo. Medo de descer na escala social, a chamada proletarização da classe média. Esse medo foi bem manipulado e explorado pelos setores dominantes, que alardeavam o que se considerava as duas grandes ameaças para o Brasil: a corrupção, associada aos antigos políticos do getulismo e incorporada pelo presidente João Goulart, e a subversão, associada ao perigo do comunismo. Tudo isso levou a um tal clima de medo que, em nome da segurança, da estabilidade e até mesmo da paz da família brasileira, aceitou-se essa violência que foi o golpe militar de 64."
Golpe militar e repressão os militares brasileiros tomaram o poder em 31 de março de 64. Vários dispositivos legais impuseram a censura à imprensa, suspenderam as liberdades democráticas e tornaram ilegais os partidos de oposição, os sindicatos e as associações de classe. Agentes da polícia política, o Dops e o Doi-Codi, perseguiam e prendiam os opositores do regime militar. Todas as operações eram descritas como "medidas de guerra" contra o que os governantes chamavam de "comunismo internacional". Muitos opositores foram torturados ou assassinados. Vários deles desapareceram para sempre.
A consolidação do regime militar aconteceu em dezembro de 68, quando o presidente, general Arthur da Costa e Silva, assinou o Ato Institucional número 5. O AI-5 conferia ao governo o poder de cassar mandatos políticos, decretar o recesso do Congresso, impor estado de sítio e suspender as garantias individuais.
O clima de terror que o Brasil conheceu a partir da decretação do AI-5 teve seu ápice em outubro de 1975, quando o jornalista Wladimir Herzog foi morto na prisão, em São Paulo. Houve uma imediata reação dos setores democráticos do país, que se reuniram num ato ecumênico pela alma de Herzog na Catedral da Sé. Em janeiro de 76, a morte do operário Manoel Fiel Filho em circunstâncias semelhantes forçou o governo a apressar a liberalização do regime. O general Ednardo D'Ávila Mello foi afastado do comando do 2.º Exército, sediado em São Paulo. A partir daí teve início um processo que Geisel chamava de "abertura lenta, gradual e segura". Em 1979, finalmente, foi decretada a anistia aos presos políticos e exilados.
Herzog e Fiel F°: início da abertura
A partir de 1983, o movimento das Diretas-Já, pelo restabelecimento do voto popular para a eleição do presidente da República, levou milhões de pessoas às ruas das principais capitais. A ditadura definhava aos poucos, encerrando seu período em 1985, quando o senador José Sarney, vice de Tancredo Neves, tomou posse como presidente do país.
Conflitos Sudeste Asiático
A Indonésia, arquipélago formado pelas ilhas de Java e Sumatra e várias outras menores, foi desde o séc. XVII, colônia soa Países Baixos. Seu principal líder no processo de independência foi Ahmed Sukarno, reconhecido como governante em 1949. Durante o seu governo, em 1955, a Indonésia sediou a Conferência de Bandung, contra o colonialismo.
Sukarno instalou um sistema autoritário de governo, a “democracia dirigida” , e realizou uma aproximação com a China comunista em meio ao conflito sino-soviético. Em 1965, num golpe militar, o general Suharto tomou o poder sobre o pretexto de evitar a “penetração comunista”, mantendo Sukarno nominalmente no governo. Em 1967, afastou-o e assumiu oficialmente a chefia do Estado até sua morte em 1970.
Em 1975, tropas de Suharto invadiram o Timor Leste (a sudeste do arquipélago), aproveitando-se da retirada de Portugal, transformando a região em uma nova província da Indonésia. Nem mesmo a condenação da ONU pela invasão removeu a ocupação, que enfrentou com violência a luta pela autonomia timorense, liderada pela Frente Revolucionária do Timor Leste, a Fretelin o que causou várias dezenas de milhares de mortos.
De outro lado, o governo de Suharto abandonou a política nacionalista de seu antecessor, integrando-se à economia capitalista globalizada, entregando, por exemplo, as companhias petrolíferas a corporações internacionais. Em meio á atração de investimentos estrangeiros e busca de crescimento econômico , nos anos 90, Suharto continuava no comando político da Indonésia , reelegendo-se desde 1993, pela sexta vez, à presidência do país.
A Indonésia, formado por Laos, Camboja e Vietnã, foi domínio francês desde Napoleão III (1860), com nome de União Indochinesa. Durante a Segunda Guerra Mundial foi ocupada pelos japoneses, e Ho Chi-minh, líder nacionalista, fundou a Liga Revolucionária Vietminh para libertação do Vietnã. Em 1945, após a derrota japonesa frente aos aliados, Ho Chi-minh proclamou a independência do Vietnã, enfrentando, no entanto, a região. Em 1954, os franceses foram totalmente derrotados na Batalha de Diem Dienphu, ao mesmo tempo que a opinião pública francesa pressionava o governo pela saída do Vietnã.
O governo francês convocou então a Conferência de Genebra para negociar a paz e reconhecer a independência do Vietnã, Camboja e Laos, também em luta, além de determinar eleições para esses países dentro de um prazo máximo de dois anos. Na conferência de Genebra, que contou com a participação de grandes potências, como os Estados Unidos, União Soviética e China, decidiu-se que, até as eleições de 1956, o Vietnã seria dividido em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul, na altura de do paralelo de 17º N. O governo do Norte caberia a Ho Chi-minh e a capital seria Hanói, enquanto o Sul seria governado por B-Daí e a capital seria Saigon.
Ho Chi-minh, declaradamente comunista, obteve apoio dos guerrilheiros do Sul, os vietcongs, para a unificação nacional. Em meio à polarização do período da Guerra Fria e diante da possibilidade de vitória de Ho Chi-minh nas eleições gerais, o presidente norte-americano Dwight Eisenhower deu respaldo ao governo de Ngo Dinh Dien, sucessor de Ba-Daí, que se transformou em ditador no Vietnã do Sul. Iniciou-se então uma luta que duraria mais de quinze anos e se destacaria pela desigualdade das forças militares envolvidas.
O presidente Lyndon Johnson, valendo-se de uma autorização do Senado norte-americano, decidiu-se pela intervenção total no Vietnã do Sul, para onde enviou, de 1965 a 1968, mais de quinhentos mil soldados, além de bombardear o Vietnã do Norte. No Sul, Ngo Dinh Diem, morto em 1963, foi substituído por Nguyem Van-thieu e Cao Ky. Entretanto, a resistência dos vietminhs, o apoio dos vietcongs sulistas e a pressão da opinião publica mundial minaram a disposição de apoio dos Estado Unidos ao Vietnã do Sul.
Durante o governo de Nixon, adotou-se a política de “vietnamização de guerra”, ou seja, retirada dos soldados norte-americanos da região, substituindo-os por americanos, entregues aos sul-vietnanitas. Para viabilizar a vietnamização, Nixon buscou debilitar as forças comunistas bombardeando o Vietnã do Norte, embora a investida norte-americana não tivesse o sucesso esperado. O caso Watergate e a conseqüente saída de Nixon do governo, juntamente com vários acordos falhos visando uma saída honrosa dos Estados Unidos da região, levaram as estratégias do governo norte-americano à derrota. Em 30 de abril de 1975, Saigon, capital do pais, caía nas mãos dos norte-vietnanitas e virtcongs, permitindo a reunificação do pais. No mesmo dia Saigon passou a se chamar Ho Chi-minh. A intervenção norte-americana levou à morte de 58 milhões de norte-americano e um número estimado de um a três milhões de indochineses, deixando o país quase completamente destruído com os maciços bombardeiros da guerra.
Com o fim da Guerra Fria, o Vietnã adotou a doi moi (renovação) em 1986, equivalente à perestroika soviética, abrindo seu mercado aos países capitalistas, especialmente o Japão. Mantendo o controle comunista no poder, o país tem se aproximado também da China, sua tradicional rival na região.
A normalização das relações entre Estados Unidos e República Socialista Soviética do Vietnã, no entanto, só aconteceu em 1995 em pleno processo de abertura econômica quando o país se transformava num dos mercados da Ásia e pretende à posição do novo “Tigre Asiático”, jargão internacional referente às dinâmicas econômicas da região.
Quanto ao Camboja, a Conferência de Genebra de 1954 reconhecia a sua independência sob forma monárquica. O príncipe Norodom Sihanouk, pró-China, governou até 1970, quando foi derrubado pelo general Lon Nol, apoiado pelos Estados Unidos. Era a ditadura pró-Ocidente, a estratégia de Nixon para o Sudeste Asiático. A partir daí, instauraram-se governos instáveis e ditatoriais. Em 1975, o Khmer Vermelho (grupo de guerrilheiros apoiados pela China) derrubou Lon Nol, instalando a Republica Popular do Kampuchea, recolocando no poder Norondom Sihanouk. No ano seguinte, o líder da ala mais radical do Khemer Vermelho, Pol Pot, derrubou o presidente, implantando uma ditadura tão sangrenta que reduziu a população do país à metade.
Sob o comando do Khmer Vermelho, adotou-se a política de absoluta priorização da agricultura no Camboja, com transferência da população urbana para o campo. (A capital, Phnom Penh, que tinha algo próximo de três milhões de habitantes, acabou reduzida a pouco mais de vinte mil). Das outra medidas tomadas pelo governo de Pol Pot, sempre caracterizada pelo extremismo, destacaram-se a abolição da moeda nacional (riel), da religião e da unidade familiar. Nas perseguições generalizadas, fundadas na definição do “ano zero”, ponto de partida de um Camboja que “nascesse de novo”, suprimindo todos os vestígios da sociedade anterior, eliminaram-se todos aqueles que falassem alguma língua estrangeira, universitários, intelectuais, qualquer um que usasse óculos e pequenos proprietários, chegando segundo dados oficiais, o extermínio de 2,8 milhões de pessoas, além, de 570 mil desaparecidos.
Quanto ao Laos, após os acordos de Genebra de 1954, o grupo de esquerda Pathet Lao, dirigido pelo “príncipe vermelho” Tiao Souphanouvong, chegou ao governo, sendo derrubado pelos direitistas, ligados aos norte-americanos, em 1958. O Pathet Lao, a partir de uma base na selva, organizou-se a luta armada para recuperar o poder generalizando o conflito com a Indochina.
A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
Contexto Histórico
O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era, comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista.
Causas da Guerra
A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues (guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a guerra.
Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto.
Intervenção militar dos Estados Unidos
Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos.
Invasão norte-vietnamita
No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-americana. Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a experiência dos vietcongues. Para piorar a situação dos Estados Unidos, em 1968, o exército norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados Unidos em Saigon. O Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda força. É o momento mais sangrento da guerra.
Protestos e o fim da guerra
No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra.
Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.
Resultados da Guerra
O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã.
O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.
TÍTULO DO FILME: NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS (Brasil, 1998) DIREÇÃO: Marcelo Masagão, responsável também pela produção, pesquisa e edição do filme ELENCO: não possui, utilizando-se apenas de imagens; 55 min. MÚSICA: Win Mestens CONSULTORIA DE HISTÓRIA: José Eduardo Valadares e Nicolau Sevcenko CONSULTORIA DE PSICANÁLISE: Andréa Meneses Masagão e Heidi Tabacov
RESUMO
Com imagens de arquivos, extratos de documentários e de algumas obras clássicas do cinema, o filme faz uma retrospectiva das principais mudanças que marcaram o século XX, retratando tanto os personagens que entraram para história, como homens comuns que em seu cotidiano também fizeram a história desse século. Arte e guerra, sonho e realidade, vida e morte. Um aparente antagonismo que se funde para retratar o século XX, no contexto que se inicia com a Primeira Guerra Mundial.
CONTEXTO HISTÓRICO
O século XX. Com uma visão humanista, as ilusões do homem do século XX são retratadas, em meio ao desenvolvimento tecnológico, guerras e tragédias. O mundo e o homem do século XX, antes, durante e pós-guerra fria: guerras, revoluções, golpes, ditaduras, nacionalismos e movimentos sociais.
TREINEM!!
1. (Pucmg) São efeitos político-econômicos do colapso do socialismo soviético sobre Cuba, EXCETO:
a) o retrocesso dos avanços sociais, pondo a perder as grandes conquistas dos trabalhadores.
b) o estrangulamento econômico, levando o governo a adotar o racionamento de produtos básicos.
c) a defesa do regime, conduzindo as autoridades a posições drásticas como "socialismo ou morte".
d) o declínio do comércio, comprometendo o principal produto de exportação da ilha, o açúcar.
e) a manutenção da cúpula governamental, preservando o poder carismático do líder Fidel Castro.
2. (Cesgranrio) O "peronismo", fenômeno político que surge na Argentina na década de 1940, pode ser identificado como:
a) a variante argentina do fascismo europeu, tendo nas classes médias sua principal base social;
b) mais um dos regimes ditatoriais da tradição caudilhista latino-americana e identificado com as populações rurais;
c) uma tendência demagógica e oportunista, voltada para o desenvolvimento do operariado em bases nacionalistas;
d) uma forma de "populismo", apoiada nos setores mais novos do proletariado urbano e nas camadas inferiores das classes médias;
e) uma ditadura popular de novo tipo, uma vez que contava com o apoio do campesinato e dos operários pobres.
3. (Cesgranrio) A eleição de Salvador Allende no Chile em 1970 constitui-se num acontecimento específico atípico no panorama geral da América Latina.
Sua política de governo se caracterizava por ser:
a) nacionalista, com exclusão dos membros da Guarda Nacional - bastião de poder no governo anterior.
b) liberal, com livre importação de produtos manufaturados.
c) isolacionista no contexto continental, com pressões militares e econômicas por parte dos Estados Unidos.
d) democrática, com amplo respaldo popular e de grupos esquerdistas cristãos.
e) reformista, com privatização dos bancos estatais e manutenção da reforma agrária iniciada anteriormente.
4. (Cesgranrio) Considerando-se a conjuntura da política externa dos Estados Unidos desde a gestão John Kennedy até a gestão Lindon Johnson, podemos afirmar que:
a) a implantação do Programa de Aliança para o Progresso, por Johnson, caracterizou-se pela doação de alimentos, particularmente leite, para a América Latina.
b) o incidente conhecido como "Invasão da Baía dos Porcos", no governo Kennedy, caracterizou-se como uma fracassada tentativa americana de invadir Cuba.
c) a desestabilização da maioria das democracias latino-americanas pela CIA, com o objetivo de implantar governos ditatoriais "confiáveis", marcou o governo Kennedy.
d) a escalada americana no Vietnã, Laos e Camboja, no governo Johnson, deve ser entendida pela retirada das tropas inglesas, paralelamente à influência chinesa nessas regiões.
e) os governos Kennedy e Johnson foram marcados pelo acirramento do macartismo e, conseqüentemente, pelo aumento de tensão com o bloco socialista.
5. (Cesgranrio) No período que se estende da década de 30 até o pós-guerra, diversos países da América Latina passaram por transformações de suas estruturas políticas, econômicas e sociais. Como resultado dessas transformações identificamos o surgimento de movimentos reformistas sociais e a emergência de governos populistas em diversos países latino-americanos. Assinale a opção que se relaciona corretamente com essa fase do Populismo.
a) Enfraquecimento político e social das organizações e representações sindicais e do operariado urbano.
b) Exclusão do operariado da legislação trabalhista, criada nesse período, que privilegiava os segmentos médios urbanos e industriais.
c) Monopólio dos grupos empresariais privados no processo de industrialização da América Latina.
d) Crise do Estado oligárquico baseado nos modelos econômicos agroexportadores.
e) Fortalecimento dos partidos políticos ideologicamente constituídos em oposição aos movimentos nacionalistas.
6. (Fatec) Nos anos cinqüenta, a política econômica da Argentina sofreu várias críticas dos que acreditavam ser o peronismo um regime populista. Isso se deu porque o peronismo:
a) conteve o movimento sindical, o que constituiu um desestímulo para a massa operária.
b) beneficiou, sobretudo, as classes ligadas ao capitalismo industrial.
c) realizou muitas mudanças estruturais para garantir o sucesso do justicialismo.
d) terminou com o programa de nacionalização das ferrovias implantado anteriormente.
e) diminuiu, sensivelmente, o poder de controle estatal sobre a produção.
7. (Fgv) Fragmento sobre a América Latina:
"...o novo regime já não é oligárquico, não obstante as oligarquias não tenham sido fundamentalmente afetadas em suas funções de hegemonia social e política aos níveis local e regional e se encontrem, de algum modo, representadas no Estado (...) Trata-se de um Estado de Compromisso que é ao mesmo tempo um Estado de Massas, expressão da prolongada crise agrária, da dependência social dos grupos de classe média, da dependência social e econômica da burguesia industrial e da crescente pressão popular."
O fragmento trata do surgimento, na região, dos regimes:
a) Populistas.
b) Comunistas.
c) Neoliberais.
d) Autonomistas.
e) Socialistas.
8. (Fgv) A "Aliança para o Progresso" foi:
a) um tratado de comércio entre os países latino-americanos para a ampliação do intercâmbio industrial através das reduções das barreiras alfandegárias entre eles;
b) um acordo de cooperação do governo norte-americano do presidente Robert Kennedy com os governos asiáticos visando à independência econômica de seus países;
c) uma ação do governo norte-americano em direção ao apaziguamento dos nacionalismos e das guerrilhas da América Latina, através de estímulos à modernização;
d) uma aliança econômica e militar dos EUA com os países latino-americanos visando derrubar o governo comunista de Fidel Castro em Cuba;
e) uma aliança de países europeus visando a formação da Comunidade Econômica Européia.
9. (Fuvest) A Revolução Mexicana de 1910, do ponto de vista social, caracterizou-se
a) pela intensa participação camponesa.
b) pela aliança entre operários e camponeses.
c) pela liderança de grupos socialistas.
d) pelo apoio da Igreja aos sublevados.
e) pela forte presença de combatentes estrangeiros.
10. (Fuvest) Sobre o governo de Juan Domingo Perón (1946-1955) na Argentina, podemos afirmar que,
a) recebeu expressivo apoio de parte importante da classe trabalhadora, ainda que não lhe tenha concedido benefícios concretos.
b) foi um governo com uma retórica nacionalista, que recebeu dos "descamisados" importante sustentação política.
c) deslocou o centro das atenções políticas para a figura carismática de Eva Perón, assumindo o presidente uma postura discreta e secundária.
d) foi um governo ditatorial, pois fechou o Congresso e colocou os partidos políticos na ilegalidade.
e) buscou persistentemente, no plano internacional, uma aliança com os Estados Unidos.
11. (Mackenzie) "Ex-atriz, Eva Duarte nunca parou de representar. Depois que casou com Perón, assumiu o papel de Evita Perón, 'a mãe dos descamisados'. Bela, sofisticada, ardente, foi responsável por parte da popularidade do marido...
Evita adorava distribuir brinquedos e doces para os descamisados. Era tão excitante quanto as bolhinhas de champagne! Os pobres a chamavam de 'Dama da Esperança'..."
(Mário Schmidt)
As expressões: "a mãe dos descamisados", e "Dama da Esperança" refletem uma face da política populista, que tinha dentre seus objetivos:
a) confiscar as grandes propriedades agrárias para reorganizar a agricultura, promover a conciliação dos camponeses com o governo, fomentar o planejamento e controle da política econômica e social pelos trabalhadores urbanos.
b) abolir a servidão econômica e social e preparar o campo político para a burguesia romper os laços de dominação colonial e implantar o capitalismo na Argentina.
c) transformar a sociedade argentina, substituindo a aristocracia de sangue-chapetones pela do dinheiro, admitindo reformas que promovessem a igualdade econômica dos cidadãos.
d) promover uma política de conciliação de classes sociais visando à modernização e ao desenvolvimento econômico autônomo, realizando concessões às classes trabalhadoras para manter o apoio popular.
e) cooptar a simpatia da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), para apoiar o programa de redução do déficit público e estabilidade econômica da Argentina, Plano Austral, abalada pela política econômica do regime militar.
12. (Pucmg) Nos anos de 1960/1970, vários países da América Latina sofrem intervenções militares. Essas intervenções ocorrem porque é necessário, EXCETO:
a) garantir o poder da elite político-social incrustada no Estado.
b) salvaguardar os interesses do capital estrangeiro investido nos países.
c) reduzir o espaço democrático conquistado pelos sindicatos e partidos.
d) reconhecer o papel das forças armadas como instrumentos do poder civil.
e) ampliar a ação e o poder do Estado no controle da sociedade civil.
13. A Revolução é uma súbita imersão do México em seu próprio ser (...) é uma busca de nós mesmos e um regresso à mãe. Nela, o México se atreve a ser.
(OCTAVIO PAZ, escritor mexicano. Citado por Grandes Fatos do Século XX. Rio de Janeiro, Rio Gráfica, 1984.)
A Revolução Mexicana, iniciada em 1911, trouxe à tona a organização e a luta de populações camponesas de origem indígena que até hoje utilizam esse movimento como símbolo.
A eclosão da Revolução Mexicana pode ser explicada pelos seguintes motivos:
a) a influência do ideário positivista e a atuação dos "científicos" nos movimentos camponeses
b) a luta do campesinato pela propriedade da terra e as reivindicações de setores burgueses por um maior espaço na política
c) a necessidade de uma modernização capitalista e o desejo da burguesia pela ampliação da influência do capital francês no país
d) a união dos liberais e dos comunistas mexicanos contra o porfiriato e o interesse dos grandes proprietários na aliança com o capital inglês
e) pelo seu processo de independência no século XIX, onde o México se endividou e a revolução era uma possibilidade para alterar tal situação de dependência.
14. (Uel) "O movimento guerrilheiro zapatista, desencadeado em 1994, utilizou-se do emprego da luta armada para a obtenção de fins políticos e conjugou reivindicações econômicas e sociais com a defesa de valores culturais das populações indígenas."
O movimento, ao qual o texto se refere, tem alcançado grande repercussão e está localizado no
a) Peru.
b) Haiti.
c) Panamá.
d) Equador.
e) México.
15. (Ufmg) No ano de 1993, a imprensa denunciou que setores da sociedade apoiavam a "Fujimorização" como alternativa para a situação brasileira.
Isso significava
a) a adoção de uma ampla reforma ministerial, para resolver o imobilismo político do Governo Federal e aumentar seu apoio junto ao Congresso Nacional.
b) a aplicação de um plano econômico com a dolarização da economia, a exemplo do que ocorreu na Argentina, como saída emergencial para a deteriorização do padrão de vida.
c) a entrada maciça de capital japonês, como solução para o rápido agravamento da crise econômica e modernização do parque industrial.
d) a fragmentação do território nacional levado a cabo por movimentos separatistas, como o da "República dos Pampas", em resposta à desigualdade social brasileira.
e) a implantação de um modelo autoritário, por meio de um golpe de Estado com o apoio do exército, para viabilizar uma reforma econômica.
16. (Ufpe) A história dos países latino-americanos, apesar de distinta, tem muito em comum. Assinale a alternativa que confirma este enunciado:
a) O atraso na industrialização tornou essa região dependente do fornecedores externos de bens de produção, o que conduziu a um crescente endividamento externo.
b) A industrialização da América Latina deu-se de forma homogênea, acompanhando as conjunturas de crescimento econômico dos Estados Unidos.
c) As migrações internas entre países da América Latina têm contribuído para uma história comum de desenvolvimento tecnológico.
d) As guerras de independência na América Latina foram simultâneas contra as metrópoles e, na metade do século XIX, todas as nações haviam se transformado em repúblicas livres da escravidão.
e) A economia dos países da América Latina está voltada para o seu próprio mercado interno.
17. (Ufrs) O primeiro projeto de implantação global do neoliberalismo na América Latina teve início
a) na Venezuela, após o "impeachment" do Presidente Carlos Andrés Peres.
b) no Chile, a partir da ditadura de Pinochet.
c) no Brasil, com a formulação do Plano Trienal do Governo João Goulart.
d) em Cuba, com a ascensão ao poder de Fidel Castro.
e) no Peru, após o golpe de Estado que concentrou poderes nas mãos de Fujimori.
18. (Unesp) "Um conjunto de normas mais ou menos semelhantes se impôs na Argentina após 1976, no Uruguai e no Chile, depois de 1973, na Bolívia quase ininterruptamente, no Peru, de 1968 até 1979, no Equador, de 1971 a 1978".
(Clóvis Rossi)
Assinale a alternativa que melhor expressa o conjunto de normas de exceção que marcaram a trajetória político-institucional dos países latino-americanos, indicados no texto.
a) Dissolução de partidos e sindicatos, com objetivo de estabelecer uma nova ordem democrática e popular.
b) Domínio político das organizações guerrilheiras.
c) Extinção dos partidos políticos, intervenção nos sindicatos e suspensão das eleições diretas.
d) Política externa alinhada automaticamente à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e ao bloco do Leste.
e) Formação de uma frente parlamentar, para revisão constitucional.
19. (Unirio) Durante a Presidência de Jimmy Carter (1977-81), a política dos Estados Unidos para a América Latina caracterizou-se por um(a):
a) aumento do fornecimento de armas a diversos países latino-americanos.
b) incremento dos acordos militares e nucleares entre os Estados Unidos, o Brasil e a Argentina.
c) retomada dos princípios intervencionistas contidos na Doutrina Truman.
d) condenação dos regimes políticos sem liberdades democráticas estabelecidas.
e) rejeição do Tratado para a devolução da "Zona do Canal" ao Panamá.
20. (Unirio) Ao longo das décadas de 70 e 80, deste século, diversos conflitos marcaram a América Latina em sua participação nos acontecimentos recentes do mundo contemporâneo. Sobre esses conflitos, é correto afirmar-se que no(a):
a) Panamá, em 1989, a posse de Manuel Noriega, aliado politicamente aos Estados Unidos, permitiu o cancelamento do acordo firmado anteriormente entre esses países, o qual previa a devolução da "zona do canal" à soberania panamenha.
b) Caribe, as intervenções militares norte-americanas encerram-se com a adoção da política de defesa dos direitos humanos durante a presidência de Jimmy Carter nos Estados Unidos, entre 1977-1980.
c) Chile, a coalizão de forças operárias e camponesas lideradas pelo líder socialista Salvador Allende derrubou, em 1973, o regime militar que há décadas governava o país.
d) Nicarágua, a Revolução Sandinista, em 1979, vitoriosa contra a ditadura de Anastácio Somoza, instituiu um governo de tendência socialista apoiado pelo regime cubano, desestabilizando politicamente a América Central.
e) Argentina, a reconquista das Ilhas Malvinas (Falklands) após a vitória na guerra contra a Inglaterra, em 1982, ampliou a base popular do governo militar, favorecendo sua permanência no poder até os dias atuais.
01. Milhares de pessoas chegam anualmente a Benares para purificar seu espírito nas águas do rio sagrado. Durante as cheias, suas águas depositam grande quantidade de limo nas margens, fazendo com que as terras cortadas pelo rio sagrado sejam talvez, as mais férteis do mundo, concentrando-se aí cerca de 150 milhões de pessoas cuja maioria vive de agricultura e, portanto, do benefício direto e indireto do sagrado rio.
Entre as alternativas abaixo, o texto melhor se aplica ao rio e ao país:
a) Tigre, Irã.
b) Ganges, Índia.
c) Meckong, Vietnã.
d) Eufrates, Iraque.
e) Indo, Paquistão
02. Um taxista, no começo da madrugada, viu um submarino norte-coreano encalhado numa região próxima à capital, Seul. Forças de segurança foram acionadas. Mortes misteriosas, acusações e ameaças de interrupção de ajuda humanitária à Coréia do Norte, que tenta e eventualmente consegue (isso se especula) infiltrar espiões no vizinho do sul. O governo de Piongiang negou acusações. A tensão aumentou na fronteira.
O texto retrata um episódio na história de animosidades entre a Coréia do Norte e a Coréia do Sul. A imprensa praticamente não utiliza mais a expressão Guerra fria. Diferencie as duas “Coréias” do ponto de vista humano e econômico.
03. Aponte a justificativa mais plausível para os investimentos multinacionais na Índia e as questões religiosas que tornaram sua grande população um restrito mercado consumidor.
04. (UNIP) A Ásia Monçônica, o litoral do Japão e a Planície Chinesa, são áreas da Ásia que têm em comum:
a) a forte concentração industrial;
b) a grande exploração de petróleo;
c) o intenso aproveitamento de riquezas minerais;
d) a alta densidade populacional;
e) uma economia exclusivamente agrícola.
05. (GV) Ventos que sopram de Outubro a Março do continente para o oceano, e no sentido contrário de abril a setembro, carregados de umidade, marcam, de forma contrastante, o regime de chuvas:
a) no trecho equatorial da América do Sul;
b) na costa ocidental da África;
c) no litoral do Pacífico, América do Norte;
d) no Atlântico Norte, entre EUA e Canadá;
e) na Ásia de Sudeste.
06. (OSEC) Grande densidade da população obrigando a plantar em pequenos espaços, a fim de que estes produzam muito, com presença de mão-de-obra abundante, caracterizam a agricultura:
a) rotativa na Europa Ocidental
b) de jardinagem na Ásia Meridional
c) mecanizada nos estados Unidos
d) de plantation na América Central
e) de subsistência da América Latina
07. (UnB) São características da economia indiana, EXCETO:
a) Mercado interno com elevado poder aquisitivo.
b) Predominância de indústria têxtil.
c) Grande produção de energia.
d) Variados e abundantes recursos naturais.
e) Baixa produção de bens de consumo.
f) Parcial controle do Estado sobre a economia.
g) Predominância da agricultura.
h) Produção agrícola insuficiente.
08. (OSEC) As áreas monçônicas caracterizam-se por:
a) apresentarem duas estações, uma seca e outra chuvosa, correspondendo respectivamente ao verão e ao inverno;
b) serem permanentemente chuvosas, com totais pluviométricos inferiores a 1 500 mm;
c) apresentarem estação seca correspondente ao inverno astronômico;
d) apresentarem estação chuvosa correspondente ao inverno astronômico;
e) serem permanentemente chuvosas, com totais pluviométricos superiores a 1 500 mm.
09. (PUC) A Índia é um país:
a) de mais de 800 milhões de habitantes, bramanista e de alto PNB/habitante;
b) da Ásia Meridional, monçônico e grande produtor de algodão;
c) planáltico, de baixa renda per capita e de altas latitudes;
d) da Comunidade Britânica de Nações, rico em petróleo e de grande densidade demográfica;
e) do Hemisfério Norte, socialista e grande produtor de arroz.
10. A concentração das chuvas em alguns meses do ano, em Bombaim, é causada:
a) pelo degelo da neve do Himalaia;
b) pelas monções de verão, vindas do Oceano Índico;
c) pelas fortes temperaturas que provocam intensa evaporação;
d) pela alternância entre massas equatoriais e polares na região;
e) pela escarpa oriental do Planalto de Decã junto ao litoral, que facilita a precipitação pluvial.
Respostas:
01. B
02. Coréia do Sul: – Povoada;
– Elevado padrão de vida;
– Capitalista, Tigre Asiático;
– Industrializada.
Coréia do Norte: – Povoada;
– Produção;
– Baixo padrão de vida;
– Socialista;
– Economia agrícola, com industrias de bens de produção.
03. – As multinacionais atuam na Índia explorando mão-de-obra, energia e matérias-primas baratas, visando a produção para a exportação.
– A população bramanista acredita na miséria como virtude humana.